A importância de entender “economês”
Não nos devemos esquecer que grande parte do endividamento das famílias vem do fraco conhecimento sobre esta matéria. A crise da dívida soberana em 2008 trouxe a nu a fragilidade das famílias no quadro do seu desequilíbrio orçamental. A partir daqui, tomou-se tardiamente consciência da importância da literacia financeira.
A complexidade dos vários instrumentos financeiros ao dispor do consumidor e a crescente omnipresença do sistema bancário nas vida de todos nós leva a que se entenda toda uma linguagem própria e específica para que se tomar as melhores decisões.
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A complexidade dos vários instrumentos financeiros ao dispor do consumidor e a crescente omnipresença do sistema bancário nas vida de todos nós leva a que se entenda toda uma linguagem própria e específica para que se tomar as melhores decisões.
Se grande parte da educação financeira dos jovens tem origem no seio familiar, na transição para a vida adulta ainda há alguma dificuldade em entender vários conceitos a que diariamente os media fazem referência, seja em publicidade das entidades financeiras, seja em notícias sobre economia. “Taxas de juro”, “spread”, “défice orçamental”, ou mesmo “dívida pública” são exemplos de soundbites cada vez mais usados e que fazem parte da vida de todos.
Perante toda esta parafernália de informação, há que perceber a importância de adquirir uma adequada formação financeira que deve partir também da escola. Uma boa escolha de crédito, por exemplo, passa irremediavelmente por perceber tudo o que ele implica, desde spread, passando pelo indexante (taxa de juro de referência), entre outros.
Não nos devemos esquecer que grande parte do endividamento das famílias vem do fraco conhecimento sobre esta matéria. A crise da dívida soberana em 2008 trouxe a nu a fragilidade das famílias no quadro do seu desequilíbrio orçamental. A partir daqui, tomou-se tardiamente consciência da importância da literacia financeira e a crise trouxe a debate o tema, quer no espaço da União Europeia quer a nível nacional.
Portugal cria o Referencial de Educação Financeira como documento orientador a utilizar em contexto formativo nas escolas, mas, além de informar, deve continuar a ser desígnio nacional, educar. Quanto mais cedo os jovens se familiarizarem com os temas da literacia financeira, melhor os seus conhecimentos e capacidades os vão habilitar para as mais correctas decisões no futuro, onde não parece descabido inovar ainda mais sobre esta matéria no sector da educação.
Se me chocaria a existência de uma nova disciplina ao partir do 3.º ciclo de carácter obrigatória sobre esta matéria? Não. A chave para uma sociedade mais equilibrada estará sempre no conhecimento dos jovens e, nesta matéria, quanto mais cedo for despertada a consciência do tema, melhores serão as suas escolhas financeiras.