1. Ao contrário de muitos outros problemas internacionais, que enfrentam um desconhecimento e a indiferença generalizados da opinião pública ocidental, o conflito israelo-palestiniano excita a imaginação e mobiliza fortes paixões. Muitos são os que têm uma opinião forte sobre o conflito, tomando partido a favor ou contra uma das partes em confronto. O que torna o conflito israelo-palestiniano tão peculiar na política internacional contemporânea merece ser aqui reconsiderado. Três coisas podem ser apontadas para lhe conferir essa singularidade. A primeira está ligada ao lugar que os judeus ocupam na cultura ocidental, em particular ao papel do Judaísmo na origem do cristianismo. A segunda decorre da ideia de Estado-nação como tipo ideal de comunidade política humana, que surgiu na Europa do século XIX. No caso dos judeus, essa ideia originou a criação de um movimento político nacionalista — o sionismo —, impulsionado por Theodor Herzl e outros, que tinha por objectivo criar um Estado-nação para o povo judeu. A terceira resulta das perseguições aos judeus e Holocausto na Alemanha nazi dos anos 1940 e da posterior criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada no âmbito das Nações Unidas em 1948.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
1. Ao contrário de muitos outros problemas internacionais, que enfrentam um desconhecimento e a indiferença generalizados da opinião pública ocidental, o conflito israelo-palestiniano excita a imaginação e mobiliza fortes paixões. Muitos são os que têm uma opinião forte sobre o conflito, tomando partido a favor ou contra uma das partes em confronto. O que torna o conflito israelo-palestiniano tão peculiar na política internacional contemporânea merece ser aqui reconsiderado. Três coisas podem ser apontadas para lhe conferir essa singularidade. A primeira está ligada ao lugar que os judeus ocupam na cultura ocidental, em particular ao papel do Judaísmo na origem do cristianismo. A segunda decorre da ideia de Estado-nação como tipo ideal de comunidade política humana, que surgiu na Europa do século XIX. No caso dos judeus, essa ideia originou a criação de um movimento político nacionalista — o sionismo —, impulsionado por Theodor Herzl e outros, que tinha por objectivo criar um Estado-nação para o povo judeu. A terceira resulta das perseguições aos judeus e Holocausto na Alemanha nazi dos anos 1940 e da posterior criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada no âmbito das Nações Unidas em 1948.