México acusa as marcas Zara, Anthropologie e Patowl de apropriação cultural

O país acusa as marcas internacionais de utilizarem padrões de grupos indígenas nos seus designs sem qualquer benefício para aquelas comunidades.

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HIGHLIGHT ID/UNSPLASH

O México acusou as marcas internacionais de moda Zara, Anthropologie e Patowl de apropriação cultural, por utilizarem padrões de grupos indígenas mexicanos nos seus designs sem qualquer benefício para aquelas comunidades. O Ministério da Cultura disse em comunicado, na sexta-feira, que enviou cartas assinadas pela ministra Alejandra Frausto às três empresas internacionais, pedindo a cada uma delas uma “explicação pública sobre a base para privatizar a propriedade colectiva”.

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O México acusou as marcas internacionais de moda Zara, Anthropologie e Patowl de apropriação cultural, por utilizarem padrões de grupos indígenas mexicanos nos seus designs sem qualquer benefício para aquelas comunidades. O Ministério da Cultura disse em comunicado, na sexta-feira, que enviou cartas assinadas pela ministra Alejandra Frausto às três empresas internacionais, pedindo a cada uma delas uma “explicação pública sobre a base para privatizar a propriedade colectiva”.

De acordo com o organismo, a Zara, propriedade da Inditex, a maior retalhista de vestuário do mundo, usou um padrão único da comunidade indígena Mixteca de San Juan Colorado, no estado de Oaxaca. Já a Anthropologie, propriedade da URBN, utilizou um design desenvolvido pela comunidade indígena Mixe de Santa Maria Tlahuitoltepec, enquanto a Patowl copiou um padrão da comunidade indígena Zapoteco em San Antonino Castillo Velasco, também do estado de Oaxaca. A Inditex já comentou o sucedido: “O design em questão não foi de forma alguma intencionalmente emprestado da ou influenciado pela arte do povo Mixteca do México”. As restantes retalhistas ainda não reagiram.

Até que ponto os designers de moda e as marcas lucram com a utilização dos padrões indígenas ou locais tem sido um ponto polémico e recentemente Portugal viveu uma questão semelhante com a designer norte-americana Tory Burch que se apropriou dos padrões das camisolas poveiras, tendo havido mesmo uma intervenção do Governo de António Costa. 

No passado, o México expressou o mesmo desagrado perante criações das maisons Carolina Herrera e Louis Vuitton, considerando que foram usados padrões tradicionais nos seus designs sem ter em conta quem os criou. Na altura, o director criativo da Carolina Herrera, Wes Gordon, terá dito que a colecção “prestava homenagem à riqueza da cultura mexicana”.

Notícia actualizada a 31/05/2021, às 17h, com a declaração da Inditex, proprietária da Zara.