México investiga eventual roubo de dez documentos ligados ao conquistador espanhol Hernán Cortés
Desaparecimento dos documentos foi comunicado entre 2017 e 2020, mas as autoridades mexicanas só no Verão passado agiram, depois de um grupo de investigadores ter dado pela presença de pelo menos um deles num leilão em Nova Iorque.
Depois de recentemente termos ficado a saber que a Biblioteca Nacional de Espanha escondeu durante anos o desaparecimento de um original de Galileu, o que levou a uma investigação, chega agora a vez do Arquivo Geral da Nação (AGN), no México. Em causa está o presumível roubo de dez documentos ligados a Hernán Cortés, o homem que no século XVI reclamou o território mexicano para Espanha. Os referidos documentos associados ao conquistador responsável pela destruição brutal do império asteca vieram a aparecer, mais tarde, num leilão nos Estados Unidos, noticia o diário espanhol ABC.
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Depois de recentemente termos ficado a saber que a Biblioteca Nacional de Espanha escondeu durante anos o desaparecimento de um original de Galileu, o que levou a uma investigação, chega agora a vez do Arquivo Geral da Nação (AGN), no México. Em causa está o presumível roubo de dez documentos ligados a Hernán Cortés, o homem que no século XVI reclamou o território mexicano para Espanha. Os referidos documentos associados ao conquistador responsável pela destruição brutal do império asteca vieram a aparecer, mais tarde, num leilão nos Estados Unidos, noticia o diário espanhol ABC.
Vários funcionários públicos e outras pessoas exteriores ao arquivo estão a ser ouvidos pelas autoridades. “É suspeita, e sujeita a investigação, toda e qualquer pessoa que tenha tido acesso aos depósitos, desde o assistente operativo até ao director ou à directora-geral”, disse à agência de notícias Efe o director de Assuntos Jurídicos e Arquivísticos do AGN, Marco Palafox. “Não descartamos nenhuma hipótese.”
O desaparecimento dos documentos foi denunciado por vários especialistas entre 2017 e 2020, escreve o diário espanhol, embora o caso só tenha ganho novas proporções em Setembro passado, quando um dos itens alegadamente roubados — uma ordem da casa real espanhola dirigida a Cortés e a Pedro de Alvarado, outro dos conquistadores ao serviço da coroa, datada de 1521 — apareceu num leilão em Nova Iorque, promovido pela empresa Swann Galleries, com uma base de licitação entre os 20 e os 30 mil dólares, segundo a agência Reuters.
Segundo a mesma agência, alguns dos documentos desaparecidos terão sido leiloados em Los Angeles.
Marco Palafox diz que esta situação se deve à ausência de fiscalização dos fundos arquivísticos, sublinhando que falta ainda apurar se os documentos que foram ou deveriam ter ido à praça nos Estados Unidos correspondem, em termos científicos e na íntegra, aos que terão sido levados do Arquivo Geral da Nação.
Do grupo de especialistas que localizaram pelo menos um dos documentos no leilão nova-iorquino fazem parte, entre outros, Michel Robert Oudijk, do Instituto de Investigações Filológicas da Universidade Autónoma do México, e María del Carmen Martínez, professora da Universidade de Valladolid e estudiosa de Hernán Cortés.
As autoridades norte-americanas estão a colaborar com as suas congéneres mexicanas para garantir o regresso dos documentos ao país, mas o director de Assuntos Jurídicos e Arquivísticos do AGN estima que isso só venha a ser possível dentro de três anos.