As modas que estão a mudar a face do vinho português
O vinho em Portugal nunca foi tão diverso e estimulante. Dos vinhos de talha aos vinhos pouco extraídos e de intervenção mínima, o país balança também ao ritmo da moda, embora haja quem ache que a verdadeira moda foi a “onda Parker”, iniciada a partir dos anos de 1980, com os vinhos concentrados, extraídos e cheios de madeira.
O produtor bairradino Luís Pato é químico de formação e isso dá-lhe a vantagem de perceber que as chamadas Leis de Newton também se aplicam ao negócio do vinho, em especial a Primeira e a Terceira Lei. O corpo teórico criado por Isaac Newton permite a compreensão dos comportamentos estático e dinâmico dos corpos materiais. A Primeira Lei, ou princípio da Inércia, postula que todo o corpo continua em estado de repouso ou de movimento uniforme numa linha, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele. Estão a imaginar, não estão, o que seria o mundo do vinho se, de vez em quando, não surgisse uma moda ou uma nova tendência para o abanar? Seguiria monocórdico e estandardizado, ao sabor do gosto dominante e dos interesses das grandes companhias mundiais.