Executivo que levou Lori Loughlin à fraude no acesso à universidade das filhas condenado a prisão
No fim do ano passado, a actriz Lori Loughlin e o marido foram presos no âmbito do processo de fraude nos acessos à universidade das filhas. Agora, a pessoa que lhes abriu a porta ao esquema foi setenciada a dois meses de prisão.
O fundador de uma empresa de participações privadas, que referenciou a estrela das séries Que Família! e Fuller House à pessoa que criou o esquema fraudulento no acesso às universidades norte-americanas, foi condenado a dois meses de prisão efectiva e ao pagamento de 250 mil dólares (205 mil euros, ao câmbio actual), noticiou a Reuters.
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O fundador de uma empresa de participações privadas, que referenciou a estrela das séries Que Família! e Fuller House à pessoa que criou o esquema fraudulento no acesso às universidades norte-americanas, foi condenado a dois meses de prisão efectiva e ao pagamento de 250 mil dólares (205 mil euros, ao câmbio actual), noticiou a Reuters.
Mark Hauser, de 60 anos, foi condenado pelo juiz distrital Douglas Woodlock, em Boston, depois de se ter declarado culpado, em Agosto, assumindo a sua participação no vasto esquema de fraude nas admissões universitárias. O empresário admitiu o pagamento, em 2016, de 40 mil dólares (em torno de 36 mil euros, na época) para que o exame de admissão à faculdade da sua filha fosse manipulado.
Ainda de acordo com a agência Reuters, Mark Hauser chorou ao pedir desculpa pelo seu “grave erro” e pelos crimes em que se deixou envolver para ajudar uma filha que tinha enfrentado “desafios médicos sem fim”. “Eu não estava a tentar estabelecer prestígio para mim ou para a minha filha; a minha única preocupação era ajudá-la a recuperar o fôlego.”
Os advogados de Hauser pediram que fosse aplicada a pena sob liberdade condicional, mas o juiz deliberou que Hauser tinha de cumprir tempo de prisão e pagar uma choruda coima para que o público veja que “ninguém está livre dos aspectos mais duros da lei”.
Mark Hauser é uma das 57 pessoas acusadas no escândalo do acesso à universidade, no qual os promotores disseram que os pais conspiraram com William “Rick” Singer, consultor de admissões universitárias da Califórnia, para assegurar a entrada na universidade dos filhos através de fraude e suborno. Entre os pais que pagaram o acesso universitário estão a actriz Lori Loughlin e o marido, o designer Mossimo Giannulli, que, depois de várias declarações de inocência, acabaram por admitir terem tentado assegurar lugares para as suas filhas na Universidade do Sul da Califórnia com falsas aptidões atléticas.
E, segundo os procuradores do Ministério Público, Mark Hauser foi quem encaminhou o casal a Singer. Lori Loughlin e Mossimo Giannulli foram condenados no ano passado a dois e cinco meses de prisão, respectivamente. Lori Loughlin tornou-se conhecida do grande público como a tia Becky na série Que Família!, que passou na RTP na década de 1990, tendo regressado ao mesmo papel, em 2016, com a Netflix a produzir a continuação Fuller House.
Mark Hauser fundou a Hauser Private Equity, sediada em Ohio, e foi proprietário da empresa de seguros Hauser Inc. que esteve para ser adquirida, em Agosto de 2020, pela Brown & Brown, por 187 milhões de dólares (158 milhões de euros, na altura). No entanto, depois de, no mesmo mês, o envolvimento de Hauser no escândalo das universidades se ter tornado público, a Brown & Brown retirou a oferta.
O escândalo relacionado com os subornos nas admissões à universidade nos EUA rebentou em Março de 2019, quando mais de 50 pessoas, entre as quais estrelas de Hollywood e conhecidos empresários, foram acusadas de acções fraudulentas, contando para tal com um consultor que subornava os responsáveis das instituições. Um dos nomes mais sonantes foi o da actriz Felicity Huffman, a Lynette da série Donas de Casa Desesperadas, que se deu imediatamente como culpada e cumpriu uma pena de 14 dias — ainda que, durante esses dias, tenha sido vista a sair do edifício para estar com o marido (o actor William H. Macy, que não foi indiciado) e a filha.