Cinco séries sobre a vida atrás das grades
Desta vez, o tema é a convivência, marcada por alianças, traições e vinganças, entre presidiários, advogados e funcionários dos estabelecimentos prisionais.
Prision Break
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Prision Break
Netflix
As cinco temporadas desta série criada em 2005, por Paul T. Scheuring, e originalmente transmitida pela Fox, são incontornáveis quando o assunto é prisão ou tentativa de fuga. A história começa quando Lincoln Burrows (Dominic Purcell) é condenado à morte por um crime que não cometeu e enviado para a prisão de Fox River, onde terá de aguardar pela data de execução. O seu irmão, Michael Scofield (Wentworth Miller), um engenheiro brilhante, traça então um plano para o libertar. Através de técnicas de esteganografia, tatua no corpo todas as informações relevantes sobre o lugar, incluindo a planta das instalações em detalhe, e assalta um banco com o objectivo de ser apanhado e enviado para Fox River. Com o tempo, e inúmeras tentativas de evasão, eles descobrem que estão dentro de uma conspiração que envolve algumas das mais altas patentes do governo dos EUA.
The Night Of
HBO
Uma noite que pode mudar o curso de uma vida. Naz (Riz Ahmed, vencedor do Emmy pela sua prestação), um jovem tímido de ascendência paquistanesa, enfrenta o pior pesadelo da sua existência quando se vê envolvido num crime que não sabe justificar. Tudo tem início na noite em que conhece Andrea, uma rapariga com quem se envolve depois de alguma bebida e drogas. Ao despertar, depara-se com ela banhada em sangue, entra em pânico e foge. Pouco depois, é interceptado pela polícia. Naz torna-se assim o principal suspeito de um crime brutal e vê-se enredado pelo sistema judicial e pela violência da prisão de Rikers Island – para onde é levado enquanto aguarda julgamento – liderada por Freddy (Michael Kenneth Williams), seu colega de cárcere. Para sobreviver naquele lugar terrível, vai ter de aprender a transformar-se e a encaixar-se. Mas, do lado de fora, tem um aliado de peso: o advogado John Stone (John Turturro), que nunca deixa de acreditar na sua inocência. Baseada na primeira temporada da série britânica Criminal Justice (2008), de Peter Moffat, esta mini-série tem produção de James Gandolfini (falecido em 2013) e foi co-criada por Richard Price (The Wire) e Steve Zaillian (Gangues de Nova York). The Night Of, recebeu 13 nomeações para os Emmys, vencendo cinco.
Vis a Vis
Netflix
Com um universo de personagens quase totalmente feminino, a acção, ao estilo de Orange Is The New Black (da autoria de Jenji Kohan), tem início quando Macarena Ferreiro (Maggie Civantos) se envolve romanticamente com o seu chefe e é apanhada a cometer vários crimes de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Com uma fiança altíssima decretada pelo tribunal, é levada para o centro prisional de Cruz del Sur. Enquanto ela tenta sobreviver aos perigos da vida atrás das grades, a família tenta encontrar um modo de arranjar dinheiro para pagar a fiança e retirá-la de lá até ao julgamento. Mas se quer chegar viva a esse dia, Macarena tem de enfrentar os seus medos e aprender a lidar com as outras reclusas. Para isso, tem de perder o seu ar inofensivo e mostrar que é capaz de enfrentar todos os obstáculos – incluindo Zuleima (Najwa Nimri), a mais implacável criminosa com quem ela alguma vez se cruzou. Estreada em 2015 e já com quatro temporadas, Vis a Vis é uma produção da espanhola Globomedia para Antena 3, criada por Daniel Écija, Iván Escobar, Esther Martínez Lobato e Álex Pina (A Casa de Papel, Sky Rojo) e Esther Martínez Lobato. O sucesso da série deu origem a Vis a Vis: El Oasis, uma derivação centrada na relação entre Maca e Zulema, após a saída da prisão.
OZ
HBO
Com 56 episódios exibidos entre 1997 e 2003, esta série criada por Tom Fontana, tem como principal marca o realismo das cenas em contexto de ambiente prisional. Oz mostra o dia-a-dia dos detidos de uma unidade experimental da Prisão de Alta Segurança de Oswald. Ali, o crédulo Tim McManus é responsável por um ambicioso projecto de reabilitação de prisioneiros que, segundo ele, têm direito a começar do zero assim que terminarem as suas penas, independentemente da gravidade do crime cometido. Neste lugar, há maior liberdade do que noutras unidades, mas isso tem um preço: a higiene é uma exigência; o sexo, drogas, álcool e violência são totalmente proibidas. Tudo é controlado pelos guardas e é obrigatório praticar atividades físicas, assistir a aulas, fazer terapia, aprender a autodisciplina e trabalhar nos mais variados serviços. Enquanto alguns são movidos pelo dinheiro e pelo poder, outros tentam levar cada dia em contagem decrescente até ao fim da pena ou, quem sabe, conseguir a tão ansiada liberdade condicional. Mas há ali um sentimento de medo, violência e ódio latente que parece estar prestes a explodir. O elenco conta com Ernie Hudson, Lee Tergesen, Dean Winters, Eamonn Walker, Rita Moreno e J.K. Simmons, entre outros.
Irmandade
Netflix
Uma história policial criada pelo brasileiro Pedro Morelli e produzida para a plataforma Netflix em parceria com a produtora O2 Filmes. Tudo acontece em São Paulo, durante a década de 1990, quando Cristina (Naruna Costa), advogada do Ministério Público, descobre que o seu irmão Edison (Seu Jorge), com quem não tem contacto desde que foi encarcerado por tráfico de droga há 20 anos, tem sido severamente castigado na prisão. Ao tentar ajudá-lo, a advogada decide falsificar um documento importante. Após ser descoberta, as autoridades prometem não avançar com o processo contra ela, se concordar em servir de informadora das movimentações da Irmandade, uma facção criminosa, liderada por Edison na prisão, que tenta chamar a atenção da opinião pública para a violência a que os detidos estão sujeitos. Ao conquistar a confiança do irmão, ela vai conhecer também as suas motivações, o que a leva a questionar as suas próprias noções de justiça. Um drama realista sobre a corrupção do poder judiciário no Brasil que reflecte sobre questões importantes dos direitos humanos dos prisioneiros. A Netflix já anunciou uma segunda temporada.