Desvio de avião “ultrapassou todas as linhas vermelhas”, defende António Costa
O primeiro-ministro esteve reunido com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que participará - enquanto convidado - no Conselho de Estado desta tarde.
António Costa juntou-se a outras vozes críticas do executivo bielorusso e declarou esta quarta-feira que o regime do Presidente Aleksandr Lukashenko “ultrapassou todas as linhas vermelhas" ao desviar um avião civil para deter o jornalista Roman Protasevich, crítico do regime, e Sofia Sapega, de nacionalidade russa, que o acompanhava. "Claramente, acho que quem ultrapassou todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis foi a Bielorrússia e o Presidente Lukashenko”, vaticinou o primeiro-ministro, em coro com outras vozes europeias.
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António Costa juntou-se a outras vozes críticas do executivo bielorusso e declarou esta quarta-feira que o regime do Presidente Aleksandr Lukashenko “ultrapassou todas as linhas vermelhas" ao desviar um avião civil para deter o jornalista Roman Protasevich, crítico do regime, e Sofia Sapega, de nacionalidade russa, que o acompanhava. "Claramente, acho que quem ultrapassou todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis foi a Bielorrússia e o Presidente Lukashenko”, vaticinou o primeiro-ministro, em coro com outras vozes europeias.
Para António Costa, “é preciso sentir-se muito ameaçado pelas forças democráticas internas para desencadear um acto absolutamente inimaginável ao permitir-se proceder a um desvio de um avião civil, que se desloca entre duas capitais europeias, duas capitais da NATO, com o exclusivo objectivo de deter um jornalista e a sua companheira”. “É preciso estar muito frágil internamente para chegar a este ponto de intervenção”, afirmou o primeiro-ministro. “Além da violação clara dos princípios democráticos, é inaceitável do ponto de vista da lei internacional”, acrescentou.
“Apesar do espírito construtivo que temos de manter em termos de diálogo com todos os nossos vizinhos, procurando construir um clima de paz global, não podemos ignorar que as ameaças existem. Ameaças que se materializam das formas mais diversas, desde o terrorismo na nossa vizinhança sul, até a estes actos na nossa fronteira leste”, afirmou.
As declarações de António Costa sucederam a reunião com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que no domingo já tinha condenado o “incidente sério e perigoso que requer investigação internacional” e exigido que a Bielorrússia garantisse “o retorno seguro da tripulação e de todos os passageiros”.
O encontro entre o primeiro-ministro e o secretário-geral da NATO aconteceu antes de uma reunião do Conselho de Estado, convocada por Marcelo Rebelo de Sousa, na qual Jens Stoltenberg estará presente, como convidado, para discutir o tema “NATO, situação e perspectivas”. O Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República, reúne-se esta tarde, em Cascais.
Em declarações aos jornalistas, António Costa defendeu ainda que haverá “um novo impulso nas relações transatlânticas” depois da cimeira da NATO, agendada para dia 14 de Junho. O primeiro-ministro declarou que a NATO “desenvolve uma reflexão importante sobre o seu projecto 2020-2030” no qual, de acordo com o primeiro-ministro, Portugal se revê. Costa aproveitou a ocasião para elogiar a “cooperação” e “velha tradição de Portugal” com a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que co-fundou em 1949.
A passagem de Jens Stoltenberg em Portugal incluiu também a inauguração da Academia de Cibersegurança em Oeiras, esta quinta-feira, após o encontro da manhã com o primeiro-ministro. Aos jornalistas, António Costa afirmou que espera que a academia seja vista “como mais um símbolo no enpenhamento de Portugal” com a sua aliança com a NATO.
Stoltenberg irá também participar na reunião de ministros de Defesa da União Europeia, agendada para quinta-feira.