Exibição de luxo de João Almeida na Volta a Itália

Almeida acabou a etapa em segundo lugar, inclusivamente à frente de Egan Bernal, que mostrou que, afinal, é humano como os demais. O ciclista colombiano, líder da corrida, mostrou fragilidades nesta quarta-feira, pela primeira vez no Giro, perdendo algum terreno para Simon Yates.

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Reuters/JENNIFER LORENZINI

João Almeida rima com Volta a Itália. Em 2020, o ciclista português foi quarto classificado – e liderou durante duas semanas – e, em 2021, está a mostrar que sabe mesmo como se corre esta prova.

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João Almeida rima com Volta a Itália. Em 2020, o ciclista português foi quarto classificado – e liderou durante duas semanas – e, em 2021, está a mostrar que sabe mesmo como se corre esta prova.

O ciclista das Caldas da Rainha bem tentou nesta quarta-feira vencer a primeira etapa numa Grande Volta, mas terminou a tirada 17 do Giro no segundo lugar, a escassos 13 segundos de Dan Martin (Israel).

O ciclista português, que tinha vacilado nos primeiros dias, confirma que está, de facto, em boa forma nesta corrida, mostrando à equipa Deceuninck que a aposta em Remco Evenepoel, clara desde o primeiro dia, foi um “tiro” falhado pela formação belga. Ao final do dia, foi confirmado o abandono de Evenepoel após uma queda sofrida esta quarta-feira, que deixou o ciclista de 21 anos com “múltiplas lacerações” e contusões, anunciou a equipa em comunicado.

Já o corredor português subiu dois lugares na classificação, de décimo para oitavo, e, caso mantenha este rendimento  e com um contra-relógio por correr, vertente em que supera os rivais , poderá vir a entrar na luta por um top 5 que parecia utópico há poucos dias. O ciclista da Deceuninck está, agora, a 2m40s do quarto lugar – o pódio é que, em tese, já será uma quimera.

Este foi o dia em que Almeida, pela forma como “despachou” os melhores do mundo, mostrou que consegue bater-se nestas corridas, tendo até atacado os rivais numa zona muito dura da subida (16% de inclinação), algo incomum no português. E muito importante poderá ser este desempenho para o futuro do jovem ciclista, que ainda está a negociar um contrato para 2022.

Neste dia, Almeida terminou inclusivamente à frente de Egan Bernal (INEOS), que mostrou que, afinal, é humano como os demais. O ciclista colombiano, líder da corrida, mostrou fragilidades nesta quarta-feira, pela primeira vez no Giro, perdendo algum terreno para Simon Yates (Bike Exchange), que teve o melhor dia na Volta a Itália.

Numa etapa com duas contagens de montanha de primeira categoria, a última com chegada em alto, Yates, Martin e Almeida foram os grandes vencedores, enquanto os principais derrotados do dia foram Giulio Ciccone (Trek), Aleksandr Vlasov (Astana) e Romain Bardet (DSM), ciclistas do top 10 que descolaram do grupo dos favoritos logo no início da última subida.

Voltando a Bernalo camisola rosa não pode ser considerado um derrotado, já que continua com uma boa vantagem na liderança da classificação (2m21s para Damiano Caruso e 3m23s para Simon Yates), mas as fragilidades mostradas serão, por certo, um bálsamo de confiança para os rivais nas duas etapas montanhosas que se correrão sexta-feira e sábado, antes do contra-relógio de domingo.

Para esta quinta-feira há uma etapa muito aberta em matéria de possíveis vencedores. O perfil é maioritariamente plano, mas existem quatro pequenas subidas na parte final do dia, ideais para puncheurs com boa capacidade de sprintar.

Também um velocista puro, em boa forma, poderá resistir às pequenas elevações e fazer valer a rapidez na meta, ainda que já haja poucos sprinters em prova, depois das saídas de Caleb Ewan, Tim Merlier, Dylan Groenewegen ou Giacomo Nizzolo.

Depois deste dia teoricamente tranquilo para os principais favoritos ao triunfo no Giro, restarão duas etapas de montanha e o contra-relógio final, no fecho da corrida.