Biden substitui membros de comissão de Belas-Artes nomeados por Trump
O Presidente dos EUA já nomeou novos membros para uma comissão que ficou ligada à vontade de Trump de impor um estilo arquitectónico para os edifícios federais de Washington.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, substituiu esta semana vários membros da Comissão de Belas-Artes dos EUA nomeados pelo ex-Presidente Donald Trump. A administração Biden pediu na segunda-feira a alguns dos sete membros que foram nomeados já durante o período de transição entre as duas presidências para renunciarem aos cargos ou seriam afastados no próprio dia, noticiaram os media norte-americanos. Todos os membros da comissão foram nomeados por Trump, com quatro a juntarem-se ao grupo já a 12 de Janeiro, nomeações que foram divulgadas pela comissão na véspera da tomada de posse de Biden.
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, substituiu esta semana vários membros da Comissão de Belas-Artes dos EUA nomeados pelo ex-Presidente Donald Trump. A administração Biden pediu na segunda-feira a alguns dos sete membros que foram nomeados já durante o período de transição entre as duas presidências para renunciarem aos cargos ou seriam afastados no próprio dia, noticiaram os media norte-americanos. Todos os membros da comissão foram nomeados por Trump, com quatro a juntarem-se ao grupo já a 12 de Janeiro, nomeações que foram divulgadas pela comissão na véspera da tomada de posse de Biden.
A comissão de Belas-Artes é uma agência federal independente criada em 1910 para aconselhar o Congresso, o próprio Presidente e os departamentos governamentais “em assuntos relacionados com artes e símbolos nacionais e para orientar o desenvolvimento arquitectónico de Washington”, descreve o site da comissão.
O presidente da comissão, Justin Shubow, conhecido pelas suas posições contra a arquitectura moderna e pós-moderna — nomeadamente de arquitectos como Frank Gehry e do seu projecto para o memorial de Dwight D. Eisenhower —, disse que ele e outros três membros da comissão foram convidados a demitirem-se, numa atitude sem precedentes nos mais de 100 anos de história do grupo de trabalho. Juntamente com Shubow poderão estar de saída o arquitecto Steven Spandle, o artista Chas Fagan e o arquitecto paisagista Perry Guillot, autor da renovação do Jardim das Rosas da Casa Branca supervisionada por Melania Trump. Os jornais não incluíam nas demissões Rodney Mims Cook, arquitecto e presidente da National Monuments Foundation, e outro dos membros nomeados em Janeiro.
O trabalho da comissão, que o New York Times descreve como discreto mas sério, foi arrastado para as guerras da cultura quando Donald Trump assinou uma ordem executiva, estabelecendo que a arquitectura neoclássica devia passar a ser o estilo preferencial para os edifícios federais. Foi contestada por arquitectos e associações de arquitectura e de património que viram a decisão como uma tentativa de impor um estilo nacional. A ordem executiva, que ficou conhecida como “Make Federal Buildings Great Again” (mas que, de facto, se chamava “Promoting Beautiful Federal Civic Architecture/Promover Bela Arquitectura Civil Federal”), já tinha sido removida por Biden em Fevereiro.
O actual presidente da comissão, que assumiu o cargo também em Janeiro, disse que os mandatos têm a duração de quatro anos e revelou que não tenciona afastar-se.
Na terça-feira, a Casa Branca emitiu um comunicado de imprensa a anunciar a nomeação de quatro novos membros: Peter D. Cook, do atelier HGA Architects e membro do American Institute of Architects, associação que tinha criticado a ordem executiva de Trump; Hazel Ruth Edwards, professora da Howard University e a primeira mulher a dirigir o departamento de arquitectura; Justin Garrett Moore, urbanista e designer na Andrew W. Mellon Foundation; e a arquitecta e académica Billie Tsien, do atelier Tod Williams Billie Tsien Architects, actualmente presidente da American Academy of Arts and Letters.
Antes de as nomeações terem sido reveladas, nota o New York Times, a comissão era frequentemente criticada por só ter homens brancos, apontando as escolhas recentes de Biden para uma vontade de tornar a comissão de Belas-Artes mais diversa.