Com a passagem dos anos, aquilo que fomos verdadeiramente percebendo da carreira de Annie Clark enquanto St. Vincent é a sua natural predisposição para a metamorfose autoinfligida. De disco para disco, vamos descobrindo uma nova pele artística de Clark, como se o maior motor para a sua criação fosse, afinal, o pânico de imaginar que pode petrificar num mesmo lugar. Daddy’s Home, sexto álbum de St. Vincent, banhado em funk e soul dos anos 70, já deixou no retrovisor os espasmos synth-pop de Masseduction, as aventuras sobre um tapete de instrumentos de sopros da sua parceria com David Byrne em Love This Giant ou as canções de pop com maneirismos barrocos de Strange Mercy. Quando recuamos ainda mais até à memória de Clark no meio da multidão de robes brancos dos Polyphonic Spree, nos tempos de guitarrista da missa de pop esfuziante e psicadélica dirigida por Tim DeLaughter, já é difícil acreditar que se trata da mesma mulher.
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Com a passagem dos anos, aquilo que fomos verdadeiramente percebendo da carreira de Annie Clark enquanto St. Vincent é a sua natural predisposição para a metamorfose autoinfligida. De disco para disco, vamos descobrindo uma nova pele artística de Clark, como se o maior motor para a sua criação fosse, afinal, o pânico de imaginar que pode petrificar num mesmo lugar. Daddy’s Home, sexto álbum de St. Vincent, banhado em funk e soul dos anos 70, já deixou no retrovisor os espasmos synth-pop de Masseduction, as aventuras sobre um tapete de instrumentos de sopros da sua parceria com David Byrne em Love This Giant ou as canções de pop com maneirismos barrocos de Strange Mercy. Quando recuamos ainda mais até à memória de Clark no meio da multidão de robes brancos dos Polyphonic Spree, nos tempos de guitarrista da missa de pop esfuziante e psicadélica dirigida por Tim DeLaughter, já é difícil acreditar que se trata da mesma mulher.