PCP critica Bloco por ter votado contra o Orçamento

A direcção do PCP revê-se no texto do deputado António Filipe a condenar os discursos do Bloco de Esquerda na convenção sobre o voto contra ao Orçamento e a elogiar “o partido responsável”

Foto

A direcção do PCP subscreve as críticas do deputado António Filipe ao Bloco de Esquerda por ter votado contra o Orçamento do Estado de 2021, expressas num texto publicado no Facebook. Em resposta ao PÚBLICO, o gabinete de imprensa afirmou que, “sem prejuízo de dinâmicas distintas do que são posições políticas formais e um post”, “o que importa reter é o sentido e a apreciação geral que determinaram a decisão do PCP sobre o Orçamento do Estado e não as caricaturas que, seja o BE ou outros, delas querem fazer para justificar as suas posições”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A direcção do PCP subscreve as críticas do deputado António Filipe ao Bloco de Esquerda por ter votado contra o Orçamento do Estado de 2021, expressas num texto publicado no Facebook. Em resposta ao PÚBLICO, o gabinete de imprensa afirmou que, “sem prejuízo de dinâmicas distintas do que são posições políticas formais e um post”, “o que importa reter é o sentido e a apreciação geral que determinaram a decisão do PCP sobre o Orçamento do Estado e não as caricaturas que, seja o BE ou outros, delas querem fazer para justificar as suas posições”.

No seu texto no Facebook, o deputado António Filipe assinala “as intervenções de dirigentes, antigos dirigentes e deputados do BE a justificar o facto de terem votado contra o OE para 2021, com críticas duras ao dito OE” e afirma que, “por irónico que possa parecer, se podem fazer esse discurso, devem-no à atitude responsável do PCP”. Escreve António Filipe: “Se o PCP tivesse feito o mesmo, não tivesse apresentado propostas e tivesse juntado os seus votos à direita e ao BE, não sei qual seria hoje o discurso do BE, com o país a viver com os duodécimos de 2020, com 300 mil trabalhadores em layoff com menos um terço do salário, com o SNS mais à míngua, com os reformados sem aumentos e sabe-se lá com que Governo. Não sei qual seria o discurso, mas também ninguém pergunta”.

Em resposta à Lusa, o PCP também rejeitou os desafios saídos da Convenção para um melhor trabalho conjunto entre Bloco de Esquerda e PCP, nomeadamente do eurodeputado José Gusmão, que disse que “PCP e BE devem falar melhor entre si para falarem mais alto com o Governo” e conseguirem “com a força que têm” uma “política justa” no Orçamento. À proposta, o PCP respondeu que “não é uma ou outra afirmação que ilude as muitas outras que transversalmente percorreram a convenção e que desmentem essa intenção”.

Também a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, utilizou o Facebook para criticar o tom da convenção do Bloco de Esquerda. “A tentativa, durante todo o fim-de-semana, de expiar o peso do voto contra, ao lado da direita, no último orçamento que reforçou o SNS, aumentou a protecção social, criou uma nova prestação para quem nunca descontou para a segurança social, aumentou a protecção no desemprego, garantiu o layoff a 100% aos trabalhadores para que não perdessem o emprego e o seu rendimento (…) é difícil de entender”.

A líder parlamentar diz que o PS “esteve sempre disponível para dialogar e continua” e afirma que “no momento em que vivemos a maior crise das nossas vidas o que se exige é que saibamos ler o que os portugueses disseram nas eleições de 2019: o PS a liderar o Governo com o apoio dos partidos à esquerda. O PCP percebeu isto e lutou no último Orçamento com propostas próprias que estão a ser executadas”. com Lusa