Alfredo Casimiro garante pagamento de salários de Maio da Groundforce “nos próximos dias”
Groundforce considerou a 18 de Maio que o pedido de insolvência apresentado pela TAP deixa a empresa em “total estrangulamento” e pode conduzir à sua ruptura operacional.
A Pasogal, principal accionista da Groundforce, garantiu hoje que o pagamento dos salários de Maio na empresa de handling será realizado nos “próximos dias”, após ter avisado que o pedido de insolvência feito pela TAP poderia atrasar os pagamentos.
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A Pasogal, principal accionista da Groundforce, garantiu hoje que o pagamento dos salários de Maio na empresa de handling será realizado nos “próximos dias”, após ter avisado que o pedido de insolvência feito pela TAP poderia atrasar os pagamentos.
Em declarações à Lusa, fonte da Pasogal, de Alfredo Casimiro, principal accionista da empresa de assistência nos aeroportos em terra garantiu hoje que o pagamento dos “salários de Maio” irá ser realizado “nos próximos dias”, mas ressalvou que "o último dia do mês é na segunda-feira”.
A Groundforce considerou no dia 18 de Maio que o pedido de insolvência apresentado pela TAP deixa a empresa em “total estrangulamento” e pode conduzir à sua ruptura operacional, deitando por terra os esforços que têm sido feitos para a salvar.
“Com o pedido de insolvência, caem por terra todos os esforços que temos feito para salvar a empresa. […] No preciso momento de retoma da actividade, pode conduzir à ruptura operacional da empresa, ao afectar drasticamente a relação com os seus clientes, mas, sobretudo, com os seus fornecedores, que, perante essa decisão, ponderam suspender os fornecimentos, caso não haja pagamentos antecipados ou a pronto”, afirmou o presidente de Conselho de Administração (CA) da SPdH/Groundforce, Alfredo Casimiro, em comunicado.
A TAP requereu, em 10 de Maio, na “qualidade de credora”, a insolvência da Groundforce “junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa”, justificando que o objectivo da acção passa por, “se tal for viável”, salvaguardar “a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua actividade operacional nos aeroportos portugueses”.
A Groundforce considerou que um processo de insolvência não só “não deixa tudo na mesma”, como deixa a Groundforce numa situação de “total estrangulamento”, tendo, por isso, escrito ao ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, no sentido de o sensibilizar “para o facto de esta decisão contribuir em muito para o agravamento da situação da empresa”.
O accionista maioritário da empresa avisou que a ruptura operacional poderá comprometer o pagamento dos salários de Maio aos trabalhadores, até agora salvaguardado, “dificultar a operação de venda que se encontra em curso com diversos players internacionais do sector”, bloquear o “acesso ao financiamento de curto prazo junto da banca, com especial ênfase para a Caixa Geral de Depósitos”, bem como prejudicar a TAP, “que, sendo simultaneamente accionista e credora, será a última entidade a receber o que lhe é devido após a insolvência”.
A Groundforce referiu ainda que o pedido de insolvência apresentado pelo accionista TAP “põe em risco e dificulta, desnecessariamente, quer as negociações em curso, quer o objectivo de encontrar uma solução para os problemas que a empresa enfrenta”, colocando também em causa os seus actuais 2400 postos de trabalho.
Alfredo Casimiro acrescentou que, na missiva enviada ao ministro Pedro Nuno Santos, reiterou a sua “total disponibilidade para encontrar uma solução capaz de proteger trabalhadores, accionistas e o país”, tendo, para isso, solicitado apoio.
“De salientar que qualquer solução de insolvência levará a que seja criada uma Groundforce II, que, obviamente, irá optar pelos trabalhadores mais novos e mais qualificados, em detrimento dos trabalhadores com mais idade, mais problemas de saúde associados, mais anos de casa e com menos qualificações”, sublinhou o accionista da Pasogal.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é accionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.