PEV pede mudança ambiental e promete manter “intervenção responsável e coerente”
Ecologistas estão reunidos em Lisboa e definem-se como “uma força política de esquerda imprescindível para fazer avançar a sociedade em torno de mais justiça ambiental e social”.
A dirigente do PEV Joana Silva abriu neste sábado a 15.ª Convenção deste partido pedindo “opções políticas de fundo” para uma mudança na área do ambiente e prometeu que Os Verdes irão manter uma “intervenção responsável e coerente”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A dirigente do PEV Joana Silva abriu neste sábado a 15.ª Convenção deste partido pedindo “opções políticas de fundo” para uma mudança na área do ambiente e prometeu que Os Verdes irão manter uma “intervenção responsável e coerente”.
Na abertura da 15.ª Convenção do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), em Lisboa, coube a Joana Silva fazer uma intervenção de balanço da actividade política desta força política, com dois deputados na Assembleia da República eleitos pela CDU, coligação com o PCP.
A dirigente da comissão nacional executiva do PEV descreveu este partido como “uma força política de esquerda imprescindível para fazer avançar a sociedade em torno de mais justiça ambiental e social”, que está “na vanguarda das soluções ecologistas”.
“Os desafios que se colocam para o futuro exigem a continuação da intervenção responsável e coerente que caracteriza o PEV e que caracterizou o seu posicionamento proactivo no contexto da evolução da pandemia”, afirmou.
Recuando “ao final da legislatura anterior, que decorreu entre 2015 e 2019”, Joana Silva sustentou que “o PEV no Parlamento contribuiu para condicionar o Governo do PS e para que se invertessem muitas das medidas e directrizes emanadas pela troika e as consequências sociais dramáticas da política do anterior Governo do PSD e do CDS”.
Referindo-se especificamente ao Orçamento do Estado para 2021, que o PEV viabilizou pela abstenção, a dirigente ecologista alegou que foi debatido e votado “numa altura difícil para o país e para a vida dos portugueses”.
Para o PEV, “era determinante que este último Orçamento do Estado não promovesse recuos relativamente ao que se tinha conseguido nos últimos anos”, mas também “que se respondesse às necessidades de um reforço substancial em áreas fundamentais como os serviços públicos, a saúde, a educação, a cultura, a justiça, e na canalização de meios para garantir a sobrevivência das micro e pequenas empresas”, acrescentou.
Relativamente às políticas ambientais, a dirigente do PEV criticou o PS, acusando-o de se constituir “muitas vezes como um travão de mais avanços”, de fazer “maus investimentos na área do ambiente” e de seguir opções “claramente em contraciclo com compromissos nacionais em matéria de adaptação e mitigação das alterações climáticas”.
Joana Silva contestou em particular a “expansão alarmante do olival intensivo em todo o Alentejo, com os enormes impactos que daí advêm para a água, para os solos e para a saúde pública”, a “pesquisa e exploração de lítio em áreas protegidas” e a “construção do novo aeroporto do Montijo”.
“Os Verdes” consideram que é “urgente agir e definir medidas transversais para a mudança”, com “políticas de fundo”, e irão bater-se por “um forte investimento no plano ferroviário”, pela “promoção da biodiversidade e o combate à seca”, querem “travar as monoculturas de eucalipto” e “mais meios humanos e técnicos para a conservação da natureza”.
“É necessária mudança e são necessárias medidas”, reforçou Joana Silva, recebendo palmas, e assegurando que o PEV continuará “a exigir a sua mudança” até as políticas mudarem.