Covid-19. Alemanha proíbe viagens do Reino Unido por ser “zona de mutação de variantes”
A decisão deve-se à propagação da variante do vírus SARS-CoV-2 detectada na Índia e que se encontra em transmissão comunitária activa em solo britânico, sendo considerada pelos virologistas como particularmente agressiva.
O Governo alemão voltou a proibir a entrada na Alemanha de viajantes provenientes do Reino Unido, depois de declarar o território britânico como zona de mutação de variantes da covid-19.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Governo alemão voltou a proibir a entrada na Alemanha de viajantes provenientes do Reino Unido, depois de declarar o território britânico como zona de mutação de variantes da covid-19.
A decisão deve-se à propagação da variante do vírus SARS-CoV-2 detectada na Índia e que se encontra em transmissão comunitária activa em solo britânico, sendo considerada pelos virologistas como particularmente agressiva e contra a qual é provável que a protecção vacinal seja inferior.
A variante B 1.617.2, como é tecnicamente conhecida, é apontada como uma das causas do aumento exponencial de infecções na Índia no último mês. No Reino Unido, existem já 3400 casos detectados desta variante.
Segundo os regulamentos alemães, há uma proibição geral de viajar para a Alemanha a partir de áreas de mutação de variantes, embora haja algumas excepções. Por exemplo, os cidadãos alemães no Reino Unido podem regressar, mas, ao contrário das áreas consideradas de risco, não poderão encurtar o isolamento profiláctico de duas semanas através de um teste negativo.
Horas antes, o instituto de vigilância sanitária Robert Koch tinha classificado a Grã-Bretanha, com efeito a partir de domingo, como zona de mutação das variantes do novo coronavírus, recomendação que foi agora seguida pelo governo alemão. Apenas 11 países na Ásia, África e América Latina pertenciam actualmente a esta categoria de alto risco, de acordo com a Alemanha.
O governo britânico é acusado de ter sido lento a impor restrições às viagens da Índia, em Abril, apesar de a situação sanitária britânica ter melhorado após um longo e rigoroso confinamento no inverno e uma campanha maciça de vacinação.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, expressou esta manhã preocupação em relação à Grã-Bretanha, dizendo que era necessário “impedir que a variante” se espalhasse para a Alemanha, mesmo antes da nova classificação.
A Alemanha, que optou por uma política muito preventiva na luta contra o vírus, regista 3.635.162 de casos de covid-19 e 87.128 mortes, de acordo com o Instituto Robert Koch.
Para entrar em Portugal, os viajantes oriundos do Reino Unido terão de apresentar um comprovativo de teste laboratorial (RT-PCR) para a covid-19, com resultado negativo, realizado nas 72 horas anteriores ao embarque. O mesmo deverá acontecer no caso dos passageiros de navios de cruzeiro.
A entrada destes viajantes (e dos viajantes de outros originários de “países que integram a União Europeia e países associados ao espaço Schengen), que podem realizar “todo o tipo de viagens” para Portugal, foi permitida a 17 de Maio. Logo no primeiro dia de viagens permitidas, aterraram em solo português cerca de 17 voos vindos do Reino Unido.