Twitter limita conta de Ventura por 12 horas por ter dito que Cabrita também devia ser decapitado
Líder do Chega reagia à suspensão da pena aplicada ao polícia Manuel Morais que escreveu nas redes sociais que Ventura é uma aberração e defendeu a decapitação dos racistas.
O uso do termo “decapitado” numa publicação na rede social Twitter valeu a André Ventura o castigo de perder o acesso a algumas funcionalidades da sua conta por pelo menos 12 horas. A sanção aconteceu depois de André Ventura ter publicado na quinta-feira um comentário em que dizia “Se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”, ao partilhar uma notícia sobre a suspensão, pelo ministro da Administração Interna, da execução da pena aplicada ao polícia Manuel Morais que chamou "aberração" a Ventura, acrescentando: “decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem” - uma afirmação em sentido figurado, esclareceu depois o polícia.
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O uso do termo “decapitado” numa publicação na rede social Twitter valeu a André Ventura o castigo de perder o acesso a algumas funcionalidades da sua conta por pelo menos 12 horas. A sanção aconteceu depois de André Ventura ter publicado na quinta-feira um comentário em que dizia “Se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”, ao partilhar uma notícia sobre a suspensão, pelo ministro da Administração Interna, da execução da pena aplicada ao polícia Manuel Morais que chamou "aberração" a Ventura, acrescentando: “decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem” - uma afirmação em sentido figurado, esclareceu depois o polícia.
Na conta do Twitter de André Ventura há uma entrada de quinta-feira que já não está disponível — era a das 7h50 e foi “apagada” pela rede social —, mas mantém-se uma outra em que o líder do Chega escreveu igualmente “o Eduardo Cabrita é que precisava de ser decapitado (ah, mas em sentido figurado claro...)”.
Ao PÚBLICO, André Ventura confirma o “castigo” do Twitter e afirma que não consegue ter qualquer actividade na rede social desde a tarde de ontem — nem publicar nem comentar outras publicações, embora as anteriores publicações continuem disponíveis. A sua última publicação foi uma foto na sede do partido com uma das mascotes, o gato António, depois de um comentário sobre o processo judicial de Rui Moreira, em que defende que o actual presidente do município portuense “não tem condições para continuar nem para ser candidato”.
O Twitter acusa-o de violar as regras de abuso e assédio, nomeadamente as normas sobre assédio direccionado a alguém ou por incitar outras pessoas a fazê-lo. “Isso inclui desejar ou esperar que alguém sofra maus-tratos”, explica o Twitter.
“Acho inacreditável que o Twitter comece a funcionar como filtro de censura política”, critica André Ventura. “Mas não é inédito, já vimos acontecer noutros países”, realça. “Espero que o Facebook não siga o exemplo”, acrescenta. Aquela rede social é também um palco privilegiado para o Chega fazer passar a sua mensagem. É ali que o partido tem feito a transmissão de todos os eventos, das manifestações às apresentações de candidatos, passando pelos actos de campanha às intervenções de André Ventura no Parlamento.