De Garbarek a Frisell, de Bach a Reich no Festival Internacional de Música de Espinho

A 47.ª edição do festival decorre entre 11 de Junho e 24 de Julho, numa viagem entre eras e geografias, do jazz de China Moses à Paris de Luís XV, da Leipzig de Bach aos Camarões de Richard Bona.

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Começamos em Viena, através do Haydn revisitado pelas mãos do violoncelista e maestro Nicolas Altstaedt, à frente da Orquestra Gulbenkian, e acabaremos em Nova Iorque e Nova Orleães, quando a regressada China Moses, acompanhada pela Orquestra Clássica de Espinho, nos conduzir por standards jazz e pelos seus originais com sabor a clássicos. Entre o primeiro momento, dia 11 de Junho, e o segundo, a 24 de Julho, muito mais viajaremos sem precisar de sair de Espinho. Viagem por diferentes eras e geografias no 47.º Festival Internacional de Música de Espinho (FIME), onde ouviremos obras de Bach, Britten e Steve Reich, onde veremos concertos de Jan Garbarek e Bill Frisell.  

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Começamos em Viena, através do Haydn revisitado pelas mãos do violoncelista e maestro Nicolas Altstaedt, à frente da Orquestra Gulbenkian, e acabaremos em Nova Iorque e Nova Orleães, quando a regressada China Moses, acompanhada pela Orquestra Clássica de Espinho, nos conduzir por standards jazz e pelos seus originais com sabor a clássicos. Entre o primeiro momento, dia 11 de Junho, e o segundo, a 24 de Julho, muito mais viajaremos sem precisar de sair de Espinho. Viagem por diferentes eras e geografias no 47.º Festival Internacional de Música de Espinho (FIME), onde ouviremos obras de Bach, Britten e Steve Reich, onde veremos concertos de Jan Garbarek e Bill Frisell.  

Em 2020, a pandemia obrigou a alterações do formato e calendário do festival, que foi transportado para Setembro e prolongado no tempo até Dezembro. Ainda assim, o agravar da situação pandémica durante aquele período levou a que os concertos do último mês de festival não se tivessem realizado. Pois bem, neste regresso em 2021 a algo mais próximo da normalidade na longa história do FIME, recuperamos o que perdemos então. Três concertos, quatro datas.

Jan Garbarek, o saxofonista norueguês que é um dos grandes nomes do jazz europeu, actuará a 9 de Julho no Auditório de Espinho (salvo excepções assinaladas, a sala onde terão lugar todos os concertos), levando a sua música a viajar até ao Oriente através do virtuoso percussionista indiano Trilok Gurtu (o quarteto que lidera completa-se com Rainer Brüninghaus no piano e com Yuri Daniel no baixo). Dias 10 e 11 do mesmo mês, no mesmo espaço, será a vez do Drumming GP, em conjunto com o FIME Ensemble, sob a direcção musical de Miquel Bernat, nos guiar por Music for 18 Musicians, obra fundamental de um nome maior do minimalismo, Steve Reich.

Antes de Reich e de Garbarek, seremos transportados para a Leipzig do início do século XVIII, com o conjunto francês Le Banquet Céleste, baptizado com o feliz título de uma obra de Messiaen, a interpretar uma série de cantatas compostas por Bach na década de 1720, período em que trabalhou na Igreja de São Tomé da cidade alemã (muito apropriadamente, o concerto, dia 2 de Julho, terá lugar na Igreja Matriz de Espinho).

Depois do supracitado concerto de abertura, dia 11 de Junho, com Nicolas Altstaedt a liderar a Orquestra Gulbenkian no concerto dedicado a Haydn, o dia seguinte será dedicado a uma digressão que nos leva de Saint-Säens a Mozart, daí ao Modernismo — eis-nos então no século XX de Poulenc e Hindemith. A guiar-nos nesse percurso encontraremos os sopros do sexteto Les Vents Français. Uma semana depois, o auditório ouvirá o tenor Ian Bostridge dar voz à poesia inglesa, tão amada por Britten, que o compositor musicou na década de 1950 — Bostridge terá a companhia do piano de Luís Duarte e do FIME Ensemble, sendo a direcção musical de Jan Wierbza.

Entre a clássica e o jazz

Vogando entre a clássica e o jazz — assim se construiu, afinal, a personalidade do FIME —, dançaremos o jazz em diálogo com a música de África Ocidental num concerto protagonizado pelo baixista camaronês, naturalizado americano, Richard Bona, acompanhado pela Orquestra Jazz de Espinho (26 de Junho), e passearemos através do som pelos salões faustosos do Palácio de Versalhes, num concerto em que Jean Rondeau (cravo) e Thomas Danford (alaúde) revisitam a música barroca que animava os bailes das cortes de Luís XIV e Luís XV (25 de Junho).

Dia 16 de Julho, por sua vez, seguiremos o Bill Frisell Trio num concerto em que o celebrado guitarrista americano, acompanhado de Thomas Morgan (baixo) e Rudy Royston (bateria), apresentará o seu trabalho mais recente, Valentine, editado em 2020. Quando Frisell chegar a Espinho, já saberemos a que soa um triângulo criativo formado pela guitarra portuguesa de Luís Guerreiro, o violão de sete cordas do brasileiro Yamandu Costa e o bandoneón do argentino Martín Sued (3 de Julho) e já teremos ouvido o violinista Frank Peter Zimmermann e o pianista Martin Helmchen (piano) num concerto dedicado às obras para violino e piano que Beethoven compôs entre 1790 e 1812.

O final do festival chegará então dia 24 de Julho, não em Espinho mas, através de uma parceria com a Casa da Música, na Sala Suggia da instituição portuense. Concerto de encerramento a cargo de China Moses, que regressa para nova edição depois de uma celebrada actuação no FIME 2020, então acompanhada pela Orquestra Jazz de Espinho (desta vez, esse lugar será ocupado pela Orquestra Clássica da cidade).

Da programação faz também parte, como é tradição, um Concerto para Famílias. O deste ano agrupa Pedro e o Lobo, de Prokofiev, The Young Person’s Guide to the Orchestra, de Britten, e a banda-sonora do filme de animação Red & The Kingdom of Sound, de Phil Gomm, num concerto da Orquestra Clássica de Espinho com direcção de Cesário Costa.

Os bilhetes serão postos à venda na próxima quinta-feira, dia 27, a partir das 14h.