Mais decisões sobre desconfinamento só após reunião de peritos (ainda sem data)
Próxima reunião de peritos no Infarmed ainda não tem data prevista. Ministra de Estado e da Presidência alerta que Portugal encontra-se numa situação de baixa incidência, mas ritmo de transmissão do novo coronavírus subiu.
A ministra de Estado e da Presidência disse esta quinta-feira que novas decisões sobre a próxima fase do desconfinamento só serão tomadas depois de uma reunião de peritos, no Infarmed, que ainda não tem data prevista.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A ministra de Estado e da Presidência disse esta quinta-feira que novas decisões sobre a próxima fase do desconfinamento só serão tomadas depois de uma reunião de peritos, no Infarmed, que ainda não tem data prevista.
“Nós, enquanto tivermos que conviver com medidas restritivas teremos sempre que, no quadro da lei de protecção civil e da lei de saúde pública, ter medidas especiais. Eu não consigo neste momento dar datas para as decisões, há questões de agenda que ainda precisam de ser vistas”, disse Mariana Vieira da Silva, no final da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
De acordo com a ministra, o Governo não vai tomar “nenhuma decisão relativamente a uma nova fase de desconfinamento, em função daquilo que foi pedido aos peritos, sem que haja uma reunião do Infarmed” sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, ressalvando porém não lhe ser possível revelar “em que dia é que poderá ser realizada” essa reunião, uma vez que “não é fácil de marcar”.
“Não consigo dar datas agora, mas essa é a afirmação que quero deixar, não tomaremos nenhumas decisões de mudança sem que a reunião se possa verificar. As datas em que isso é possível, fazer a reunião e tomar as decisões, não consigo neste momento dizer porque ainda não foi encontrado um calendário possível para essas decisões”, acrescentou.
Mariana Vieira da Silva destacou que o Governo avalia a situação epidemiológica de 15 em 15 dias, e “esses 15 dias são muito importantes porque são aqueles que permitem passar ciclos inteiros das medidas tomadas para sua avaliação”.
“Capacidades de estimar exactamente como é que as coisas vão decorrer na próxima semana não temos, o que temos é uma situação de baixa incidência e uma situação em que o ritmo de transmissão subiu”, salientou.
Na óptica da ministra, é preciso acompanhar o evoluir da situação “de forma focada”, sendo essa a estratégia que tem sido seguida e “que tem resultado”.
“Ao contrário do que acontecia até agora, neste momento um dos valores que nós temos em conta, um dos dois valores que são os principais, já ultrapassou o um, o que significa que os dados estão a crescer, o que significa que é preciso reforçarmos os nossos cuidados”, defendeu ainda.
A última reunião do Infarmed, a 20.ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, foi no dia 27 de Abril. Estes encontros com os peritos contam com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, de representantes de partidos e dos parceiros sociais.
Na semana passada, o Governo decidiu prolongar a situação de calamidade em território continental para combater a epidemia de covid-19 até ao dia 30 de Maio.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.419.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 164,8 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.014 pessoas dos 843.729 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.