SPEA vai estar à escuta de colónias de aves marinhas para as conhecer melhor

Objectivo é “adoptar uma tecnologia que permite localizar colónias e realizar contagem de indivíduos através do som, de uma forma não invasiva”, explica a SPEA.

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Paulo Pimenta

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai desenvolver um projecto que permite, através do som, saber mais sobre as aves marinhas da Madeira e dos Açores, anunciou esta quarta-feira a instituição.

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A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai desenvolver um projecto que permite, através do som, saber mais sobre as aves marinhas da Madeira e dos Açores, anunciou esta quarta-feira a instituição.

Este é o mais recente projecto de conservação da natureza coordenado pela SPEA, sendo o único que foi aprovado em Portugal no âmbito do programa LIFE4BEST destinado às Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, refere a entidade num comunicado.

O objectivo é “adoptar uma tecnologia que permite localizar colónias e realizar contagem de indivíduos através do som, de uma forma não invasiva”, explica a SPEA. 

No documento, salienta que esta é uma forma de assinalar o Dia Europeu do Mar, que se comemora quinta-feira, e dar a conhecer as quatro espécies “ainda muito desconhecidas” que serão alvo de estudo através do som. “O projecto iniciou agora uma das suas fases mais relevantes — a prospecção das áreas de nidificação provável de quatro espécies de aves marinhas, ainda muito desconhecidas: o pintainho, o patagarro, o roque-de-castro e o painho-de-monteiro”, indica.

Segundo a nota, estas aves só regressam à terra na época de reprodução, emitindo sons na chegada às colónias, o “momento chave” para o projecto, que visa, igualmente, capacitar técnicos de entidades regionais com responsabilidade em matéria de ambiente.

Esta metodologia de baixo-custo poderá ser implementada para a monitorização regular de aves marinhas nestes dois arquipélagos macaronésios, permitindo acompanhar a sua evolução de perto, segundo a nota.  

A coordenadora da SPEA Madeira, Cátia Gouveia, sublinha a importância da informação recolhida para “definir acções de conservação e planos de acção” para as espécies em questão, relembrando a susceptibilidade das aves marinhas e as ameaças, como a poluição luminosa. Simultaneamente, está a decorrer uma campanha de sensibilização dirigida às populações locais sobre as aves marinhas da Macaronésia.