Olímpicos portugueses antecipam “stress psicológico” em Tóquio

Atletas temem que o confinamento imposto por causa da covid-19 acentue a pressão.

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Jorge Lima e José Costa Jesus Renedo/Sailing Energy

Os atletas portugueses apurados para Tóquio2020 estão preparados para uns Jogos Olímpicos diferentes, com um dia-a-dia “confinado” entre a Aldeia Olímpica e os recintos de competição, uma realidade que o velejador José Costa assume que vai causar “stress psicológico”.

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Os atletas portugueses apurados para Tóquio2020 estão preparados para uns Jogos Olímpicos diferentes, com um dia-a-dia “confinado” entre a Aldeia Olímpica e os recintos de competição, uma realidade que o velejador José Costa assume que vai causar “stress psicológico”.

“Aparentemente, parece que só vamos poder fazer duas coisas: ir para a Vila Olímpica e ir para a Marina Olímpica, e mais nada. Acho que o programa é mesmo restrito. Mesmo a nível de equipa técnica que vai estar connosco, vai ser muito limitado. Eles querem manter-nos o mais isolados possível”, começou por descrever o velejador Jorge Lima, à margem da apresentação da moeda alusiva à participação portuguesa em Tóquio2020.

Ao seu lado, o seu parceiro no 49er, José Costa, assumiu que esse “confinamento” vai afectar “essencialmente do ponto de vista psicológico”. “Há sempre momentos em que se consegue ter um bocadinho de tempo livre e gostamos de nos imiscuir na cultura do país que organiza, o que nos dá uma certa descompressão. O facto de estarmos só entre a Aldeia Olímpica — no nosso caso, a aldeia satélite — e a Marina Olímpica, vai-nos criar um bocadinho de stress psicológico, porque estamos sempre em zona de pressão”, antecipou.

Também Ana Cabecinha, apurada para os 20 quilómetros marcha, reconheceu que estes Jogos Olímpicos “vão ser totalmente diferentes”. “Queremos não pensar tanto, não nos preocupar tanto, porque temos é de nos preocupar em treinar e estar lá e dar o nosso melhor, mas claro que fica sempre um bocadinho de receio”, concedeu, elogiando o Comité Olímpico de Portugal (COP) por transmitir “segurança” aos atletas apurados.

Lembrando que “o importante é competir”, a marchadora defendeu que os apurados devem focar-se “nas condições” que vão encontrar em Tóquio — algo que está a salvaguardar com uma preparação na Universidade de Coimbra, de modo a habituar-se à temperatura e humidade da capital japonesa — e em dar o seu melhor nos Jogos.

Já Marco Alves, Chefe de Missão a Tóquio2020, disse acreditar que, apesar das dúvidas que ainda subsistem, o evento vai mesmo avançar nas datas previstas (entre 23 de Julho e 8 de Agosto), indicando que a preocupação do COP é informar os atletas para que “a gestão da ansiedade, principalmente à chegada, e o impacto com aquela realidade” possam ser mitigados.