Deschamps chama Benzema para o Euro2020
Avançado do Real Madrid é a grande novidade na lista de convocados dos campeões do mundo, depois de quase seis anos de afastamento da selecção francesa.
Quase seis anos depois de ter sido “riscado” da selecção francesa, o avançado do Real Madrid Karim Benzema está de regresso às opções de Didier Deschamps, que esta terça-feira divulgou os convocados para o Europeu 2020.
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Quase seis anos depois de ter sido “riscado” da selecção francesa, o avançado do Real Madrid Karim Benzema está de regresso às opções de Didier Deschamps, que esta terça-feira divulgou os convocados para o Europeu 2020.
Em Outubro de 2015, Benzema foi afastado da selecção por suspeitas de envolvimento num caso de extorsão e chantagem a Mathieu Valbuena, processo que a Promotoria de Versalhes anunciou, no início deste ano, que seguirá para julgamento, em Outubro.
Quando, há pouco mais de uma semana, o seleccionador francês, Didier Deschamps, em entrevista à Kicker, garantiu não ser “o Pai Natal”, ao mesmo tempo que deixava claro não haver perspectivas de grandes surpresas nos eleitos para o Campeonato da Europa de futebol, Karim Benzema, com 33 anos, a cumprir uma das épocas mais profícuas dos 12 anos que leva em Madrid, terá perdido a última esperança de voltar a representar os “bleus”, que defendeu em 81 ocasiões.
Agora, depois de publicamente divulgada a lista, é óbvia a inversão de 180 graus do seleccionador campeão do Mundo, que terá pesado os prós e os contras de deixar o terceiro melhor goleador da Liga espanhola, com 22 golos (a um de Gerard Moreno e a oito de Messi), mais uma vez na relação de proscritos.
Benzema foi, aliás, distinguido esta semana com o troféu de melhor jogador francês a actuar no estrangeiro, atribuído pelo sindicato (UNFP) numa votação dos próprios jogadores, o que se percebe dado o desempenho e a influência do avançado gaulês na campanha do Real Madrid, num ano em que está a um golo do máximo de 30 remates certeiros numa época, mas com maior eficácia, pois precisou de menos oito partidas.
O grande ausente do Euro 2016
Depois da recompensa, o indulto chega quase seis anos depois de Benzema ter sido afastado pelo presidente da federação francesa, Noël Le Graët, em conjunto com o seleccionador, Didier Deschamps, antes do Euro 2016, que a França perdeu, na final, frente a Portugal.
Posição reforçada pelo escândalo que envolveu Benzema e Frank Ribéry, acusados de envolvimento sexual com Zahia Dehar, uma prostituta menor de idade. Para além de outras polémicas relacionadas com racismo e a oposição de Benzema a cantar o A Marselhesa, o hino francês, o que levou a Frente Nacional, partido com ligações à extrema-direita, a exigir que o avançado abandonasse a selecção.
“Infelizmente para mim e para todos os que sempre me apoiaram, não serei seleccionado para o nosso Euro, em França...”, escreveu, então, Benzema na rede social Twitter, resignado com a decisão tomada após consulta pelos responsáveis federativos do processo em que Benzema foi julgado por envolvimento num esquema de chantagem ao companheiro na selecção Mathieu Valbuena, com recurso a um vídeo de cariz sexual. Benzema foi formalmente acusado de ser cúmplice em tentativa de chantagem que lhe podia valer uma pena de cinco anos… pouco menos do que o período em que ficou afastado da selecção.
Agora, a conta oficial de Benzema regista as primeira mensagens de regozijo, como a de Kylian Mbappé, a expressarem satisfação pela reconciliação com os “bleus”. Benzema terá respirado fundo antes de escrever três linhas para dizer que está orgulhoso pelo regresso e pela confiança nele depositada, acabando com um agradecimento à família, amigos, clube e a todos os que sempre o apoiaram e deram força no dia-a-dia.