Bombardeamentos sobre Gaza sobem de intensidade

Ofensiva israelita sobre o território palestiniano entra na segunda semana. Áreas da Faixa de Gaza ficaram sem electricidade.

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Bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza vão continuar, diz Israel MOHAMMED SABER/EPA

As forças israelitas voltaram a bombardear Gaza às primeiras horas desta segunda-feira, fazendo arrastar a ofensiva contra o Hamas a uma segunda semana.

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As forças israelitas voltaram a bombardear Gaza às primeiras horas desta segunda-feira, fazendo arrastar a ofensiva contra o Hamas a uma segunda semana.

A campanha aérea israelita durante a madrugada de segunda-feira foi mais intensa do que os bombardeamentos da véspera, em que pelo menos 42 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, e dezenas ficaram feridos, descreve a Al-Jazeera.

O Hamas, que governa o território e é considerado um grupo terrorista por Israel, continuou a disparar rockets na direcção das cidades israelitas de Ashkelon e Beersheba. A maioria dos foguetes lançados a partir de Gaza é interceptada pela Cúpula de Ferro, o sistema antimísseis que protege Israel.

Desde o reacendimento do conflito, há cerca de uma semana, foram mortas 197 pessoas em Gaza, entre as quais 58 crianças, e mais de 1200 feridos, de acordo com as autoridades de saúde do território. Em Israel, morreram dez pessoas, incluindo duas crianças, segundo o Governo.

Os bombardeamentos desta madrugada causaram apagões de electricidade em “grandes áreas” de Gaza, segundo a empresa de distribuição. O território dispõe apenas de uma central eléctrica e uma das linhas de alta tensão foi atingida.

As forças israelitas dizem que conseguiram destruir 15 quilómetros de túneis subterrâneos usados por militantes do Hamas e as residências de nove líderes dos grupos. Estes túneis, diz Israel, são usados pelo grupo para contrabandear armas para o território.

Os bombardeamentos que visaram os túneis atingiram as fundações de casas de civis à superfície, destruindo-as e causando “baixas involuntárias”, disse o Exército israelita.

À entrada da segunda semana da ofensiva israelita, não se adivinha um prazo para que possa ser declarado um cessar-fogo. Telavive diz que quer enfraquecer ao máximo o Hamas antes de entrar em negociações para o fim dos combates e insiste que os seus alvos são militares, apesar do grande número de baixas civis. No domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu manter os bombardeamentos com “força total”.

As iniciativas diplomáticas para pôr fim à violência têm-se revelado infrutíferas. No domingo, a reunião do Conselho de Segurança da ONU terminou sem qualquer comunicado conjunto de apelo a um cessar-fogo. Os EUA, principais aliados de Israel, também não têm pressionado o Governo de Telavive a acabar com os bombardeamentos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que os ataques em Gaza são “completamente chocantes” e apelou ao fim dos bombardeamentos. A ofensiva “tem o potencial de criar uma crise humanitária e securitária descontrolável e promover o extremismo, não apenas no território palestiniano ocupado e em Israel, mas no conjunto de toda a região”, afirmou Guterres.