Expedição científica vai estar 17 dias a estudar o mar profundo dos Açores
A expedição irá cartografar os fundos marinhos e caracterizar as comunidades de peixes, corais e esponjas ao longo da Dorsal Médio-Atlântica, bem como identificar ecossistemas marinhos vulneráveis e quantificar o lixo marinho.
A expedição iMar, liderada pelo cientista Telmo Morato, irá partir na terça-feira da cidade da Horta para estar durante 17 dias a estudar o mar profundo dos Açores e melhorar o “conhecimento do património natural” da região.
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A expedição iMar, liderada pelo cientista Telmo Morato, irá partir na terça-feira da cidade da Horta para estar durante 17 dias a estudar o mar profundo dos Açores e melhorar o “conhecimento do património natural” da região.
Segundo o investigador, o objectivo da expedição científica é “efectuar descobertas e contribuir para um melhor conhecimento do património natural dos Açores e das políticas de gestão e conservação” do espaço marítimo açoriano.
A apresentação da expedição intitulada “iMar: Avaliação integrada da distribuição dos ecossistemas marinhos vulneráveis ao longo da Dorsal Médio-Atlântica na região dos Açores” decorreu esta segunda-feira na cidade da Horta, Faial, e foi transmitida nas redes sociais.
A expedição irá sair na tarde de terça-feira do porto da Horta, a bordo do navio de investigação Pelagia, do Real Instituto Holandês para a Investigação do Mar.
Segundo Telmo Mourato, uma das “principais actividades” da expedição é “contribuir para cartografar estudos marinhos ao longo da Dorsal Médio-Atlântica”, estando previstas 80 horas de cartografia e 130 horas de recolha de imagem de vídeo.
A informação recolhida, disse o investigador, irá permitir “identificar áreas com potencial para a conservação” e contribuir com “informação” para a implementação de “políticas de conservação do património natural”.
“Vamos ter 17 dias de mar, onde durante estes 17 dias vamos visitar 11 áreas diferentes ao longo da Dorsal Médio-Atlântica. É uma equipa composta por 16 investigadores, mas infelizmente, devido à pandemia [de covid-19], vão ser apenas cinco que vão ter a felicidade de estar a bordo”, declarou.
A expedição pretende cartografar os fundos marinhos e caracterizar as comunidades de peixes, corais e esponjas ao longo da Dorsal Médio-Atlântica. A investigação pretende ainda identificar áreas que se possam enquadrar na definição de ecossistemas marinhos vulneráveis e quantificar o lixo marinho presente naqueles espaços.
Na apresentação da iniciativa, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, através de uma mensagem de vídeo, enalteceu a importância da investigação para o conhecimento do mar profundo dos Açores e reforçou a posição do Governo da República quanto à aposta nas ciências do mar.
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, elogiou os objectivos da investigação e destacou a importância de se conhecer o “fundo do mar profundo” para implementar políticas sustentáveis. “O mundo tem uma especial sensibilidade para a sustentabilidade ambiental de forma particular e os Açores são um exemplo nesta matéria, mas podemos, ainda assim, fazer mais e melhor”, assinalou.
A expedição, financiada pelo programa Sea Oceans, é liderada por Telmo Morato, em conjunto com os organismos Imar - Instituto do Mar e centro Okeanos da Universidade dos Açores.