Líder do CDS-PP diz que “negociatas” do PS são “indecentes e muitíssimo graves”

Francisco Rodrigues dos Santos apresentou a sua candidatura à assembleia municipal de Oliveira do Hospital.

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Francisco Rodrigues dos Santos fez fortes críticas aos socialistas LUSA/PAULO NOVAIS

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, acusou este sábado o PS de fazer “negociatas indecentes e muitíssimo graves”, aludindo à notícia da secretária de Estado do Ambiente que tinha funções no Governo, enquanto sócia numa empresa.

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O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, acusou este sábado o PS de fazer “negociatas indecentes e muitíssimo graves”, aludindo à notícia da secretária de Estado do Ambiente que tinha funções no Governo, enquanto sócia numa empresa.

“Estas negociatas são indecentes, são muitíssimo graves e são próprias do Governo socialista, cujo primeiro-ministro José Sócrates está hoje sentado no banco dos réus e está o país todo a pagar estas ‘inventonas’ e estas negociatas, que foram na altura realizadas”, acusou o líder do CDS-PP.

Francisco Rodrigues dos Santos falava, em Oliveira do Hospital, onde fez a sua apresentação pública de candidato à assembleia municipal no concelho onde tem as suas raízes familiares, e aproveitou o discurso de apresentação para criticar o Governo socialista, indo buscar episódios recentes que tem criticado.

“Este Governo socialista é uma verdadeira caixa de Pandora, é que todas as semanas aparecem novos casos que envergonham o país e que dão mau nome a este Governo”, apontou.

Rodrigues dos Santos usou a notícia de sexta-feira, do semanário Expresso, que dizia que “a secretária de Estado do Ambiente, enquanto foi adjunta deste ministro [do Ambiente], acumulou funções também de sócia de uma empresa que contratualizava com o Ministério do Ambiente”.

“Ora vejam bem, a secretária de Estado conseguiu ganhar concursos públicos na área do Ambiente, enquanto era adjunta do ministro do Ambiente. É tal e qual isto que vos estou a dizer”, sublinhou.

“Quando todo o mundo está preocupado com o aquecimento global, o Ministério do Ambiente está focado no enriquecimento global dos seus funcionários”, acrescentou.

“Isto é gravíssimo, é indecente e mina a confiança na política e é preciso, de uma vez por todas, acabar com a promiscuidade entre a política e os negócios, porque esta promiscuidade dá mau ambiente à política e mina a confiança dos nossos eleitores”, defendeu.

Neste sentido, considerou que “esta rede do PS é hoje a mais poderosa e a mais influente de sempre, porque o PS controlando a máquina do Estado, endividando-a, vai empobrecendo o país, vai aumentando as dependências do Estado e vai, desta mesma maneira, promover o aparecimento de casos de corrupção”.

O líder do CDS-PP aproveitou para questionar “onde é que está a entidade da transparência para não ter detectado que haveria aqui, possivelmente, um conflito de interesses entre esta secretária de Estado e as funções que ocupa no Ministério? Onde é que estava a entidade da transparência para imediatamente questionar a possibilidade de haver aqui uma violação do princípio da exclusividade?”.

“Eu respondo-vos, porque esta entidade da transparência foi criada pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda, mas só existe no papel, não tem existência jurídica nem de facto. Portanto, é mais um organismo que o PS cria, agita aos portugueses para fingir que combate a corrupção para, no fundo, ficar tudo, rigorosamente, na mesma”, disse.

O jornal Expresso escrevia na sexta-feira que a “sobreposição de funções ocorreu entre 2016 e 2019”, altura em que “a secretária de Estado do Ambiente, Inês Santos Costa, fez parte da equipa do gabinete de João Pedro Matos Fernandes, na qualidade de adjunta, e era também sócia de uma empresa, a 3 Drivers, que fez diversos contratos com entidades públicas tuteladas pelo Ministério do Ambiente.

O semanário escreve ainda que “a Associação Transparência e Integridade diz que pode ter havido uma violação do dever de exclusividade e incompatibilidades” enquanto o gabinete do ministro, Matos Fernandes, “assegura que não houve ilegalidade porque a participação de Inês Santos Costa era inferior a 10% do capital social da empresa”, e “não existiu qualquer conflito de interesses, potencial ou outro”.