Morreu Raimund Hoghe, o corpo mais inesperado da dança contemporânea europeia
Começou como dramaturgo de Pina Bausch em Wuppertal, tornou-se um coreógrafo e bailarino em nome próprio, apesar – ou por causa – da severa deficiência física com que nasceu e que à partida o condenava a ser uma anomalia em palco. Fizera 72 anos na quarta-feira e passara por Portugal, onde actuava regularissimamente, em Janeiro.
Pequeno, franzino e visivelmente deformado, sequelas de um parto difícil e da escassez de medicamentos adequados na empobrecida Alemanha do pós-guerra em que nasceu, Raimund Hoghe considerou-se impróprio para a dança até ao dia em que, após vários anos a trabalhar como dramaturgo para Pina Bausch (1940-2009) em Wuppertal, decidiu “atirar o corpo para a luta”. Impelido para o palco pelo mandamento de Pier Paolo Pasolini, aquele que viria a tornar-se um dos coreógrafos mais reconhecidos e venerados da dança contemporânea europeia e, mais corajosamente ainda, um dos seus mais singulares intérpretes, morreu esta sexta-feira, anunciou a Tanzhaus NRW de Düsseldorf, onde em Fevereiro deveria ter estreado um novo solo, Traces. Completara 72 anos apenas dois dias antes.
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Pequeno, franzino e visivelmente deformado, sequelas de um parto difícil e da escassez de medicamentos adequados na empobrecida Alemanha do pós-guerra em que nasceu, Raimund Hoghe considerou-se impróprio para a dança até ao dia em que, após vários anos a trabalhar como dramaturgo para Pina Bausch (1940-2009) em Wuppertal, decidiu “atirar o corpo para a luta”. Impelido para o palco pelo mandamento de Pier Paolo Pasolini, aquele que viria a tornar-se um dos coreógrafos mais reconhecidos e venerados da dança contemporânea europeia e, mais corajosamente ainda, um dos seus mais singulares intérpretes, morreu esta sexta-feira, anunciou a Tanzhaus NRW de Düsseldorf, onde em Fevereiro deveria ter estreado um novo solo, Traces. Completara 72 anos apenas dois dias antes.