7 dias, 7 fugas: das artes aos sabores, siga a festa dentro e fora de portas
Com festa nos museus, ainda há tempo para caminhadas na serra de Monchique, dicas de cozinha da Joana Barrios, memórias do Médio Tejo, música ao pôr-do-sol em Lisboa, polvo na Lourinhã e contos em Montemor-o-Novo.
Sábado, 15: À noite no museu, com festa a dobrar
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Sábado, 15: À noite no museu, com festa a dobrar
Num aperitivo para a festa de 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, a Noite dos Museus é celebrada este sábado, por todo o país. No caso do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a festa é a dobrar pois vem acompanhada pela reabertura de portas do espaço, depois do confinamento. À espera dos visitantes, e na impossibilidade da visita à mostra permanente devido a obras de reabilitação, estão três exposições temporárias: A Índia em Portugal - Um Tempo de Confluências Artísticas (patente até 30 de Junho), José Régio [Re]Visitações à Torre de Marfim (até 1 de Agosto) e Depositorium… 1 (até 31 de Agosto). Podem ser visitadas entre as 18h e as 22h30, gratuitamente, mediante inscrição em divulgacao@mnsr.dgpc.pt, e depois, de terça a domingo, das 10h às 18h. No cartaz da noite está ainda o momento musical protagonizado pelo ensemble de saxofones Vento do Norte (às 20h).
Domingo, 16: Lavrar o Mar a caminhar com arte
O projecto Lavrar o Mar prossegue a sua missão de semear cultura na serra algarvia e na Costa Vicentina. Desta vez, põe em marcha a segunda edição das Caminhadas com Arte, uma série de percursos pela natureza, com conversas para todos os gostos e “um pequeno snack pelo meio”. A serra de Monchique serve de cenário às nove caminhadas agendadas para domingo, 16 de Maio, a partir das 9h30. Cada uma tem coordenadas próprias, seja no passeio propriamente dito, seja no tema abordado pelo guia/orador – dos ângulos do matemático Adérito Araújo aos universos artísticos da programadora Cristina Grande, passando pelas histórias contadas pelo curador Delfim Sardo, pelo desenho da arquitectura dos especialistas Fernando Matos Rodrigues e António Cerejeira Fontes, pelas cápsulas do tempo do artista Henrique Frazão, pelos afectos e atmosferas do filósofo João Maria André, pelos espaços do arquitecto José António Bandeirinha e pela arte olfactiva do perfumista Miguel Matos. Com duração aproximada de três horas (distâncias entre os cinco e os sete quilómetros) e graus de dificuldade entre o fácil e moderado, os percursos destinam-se a maiores de 16 anos e têm um custo de 10€. Mais informações aqui.
Segunda, 17: O novo superpoder de Barrios é O da Joana na televisão
Elenquemos os muitos talentos de Joana Barrios – actriz, performer, figurinista, fashionista, blogger, mãe – para chegar ao que ela classifica como “um superpoder do quotidiano”: cozinhar. Depois de ter aprendido da matéria no restaurante da família em Montemor-o-Novo (onde até um príncipe serviu), de ter andado a preparar pitéus ocasionais na televisão (os mais famosos, na “casa” de Cristina Ferreira) e de ter publicado os livros de receitas Nhom Nhom (para bebés) e O da Joana, torna-se agora anfitriã de um programa só seu. Não é o primeiro. Foi com ela que entrámos, por exemplo, no premiado Armário da RTP, magazine sobre a moda em várias frentes. Mas este é o primeiro de culinária. O nome é reaproveitado do título do último livro, até porque o espírito é o mesmo: preparar pratos caseiros com sabor e originalidade, sem lugar para alimentos processados e muito menos para o desperdício alimentar. Seja risoto de camarão e lima, sopa de cação, peixinhos da horta com creme de caju, bolo de castanha com calda ou o clássico pudim molotov, n’O da Joana a ordem é para reaproveitar e usar o que há no frigorífico e na despensa – uma filosofia de “fazer a revolução com o que se tem à mão” que Barrios aplica também à roupa, aventais incluídos. O da Joana estreia-se esta segunda-feira no 24Kitchen, às 15h, com repetição às 21h, ficando no ar de segunda a sexta-feira, neste horário.
Terça, 18: Tempo de VOLver à cultura
Música, exposições, dança, teatro, arte urbana, cinema e conferências dão corpo à iniciativa VOLver - Programação Cultural em Rede, tecida pelos municípios do Entroncamento, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Entre 18 de Maio e 11 de Dezembro, alinhados pela história, as tradições e o património militar, os territórios do Médio Tejo serão palco de quase uma centena de eventos culturais, num convite ao regresso das rotinas culturais desconfinadas e às visitas ao passado, por marcos da história colectiva. O programa abre com as exposições Box, Uma Caixa de Histórias: da Escola Prática de Cavalaria à Escola Prática de Polícia (na E.P.P de Torres Novas, de terça a domingo, das 15h às 18h) e Sempre Fixe! - O Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro (no Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento, de terça a domingo, das 10h às 18h). Neste último, no mesmo horário e até 2 de Junho, pode ver-se A Cidade e o Ferro - I Simpósio de Escultura do Entroncamento, que inclui workshops e criação de esculturas ao vivo. Todas as actividades são gratuitas, mas sujeitas a levantamento prévio do bilhete. O programa completo está disponível em www.vol-ver.pt.
Quarta, 19: Clássicos ao ar livre e à luz das velas
O conceito dos eventos Candlelight, dinamizado pela aplicação Fever, já conquistou milhares de portugueses: num lugar mágico, em ambiente intimista, viver “uma experiência única à luz das velas num concerto exclusivo que alia a delicadeza da música clássica ao romance e mistério”. A iniciativa chega agora aos jardins do Monsantos Open Air, em Lisboa, numa nova versão, para desfrutar ao pôr-do-sol, ao longo do Verão. “Num ambiente seguro, cómodo e com distanciamento social garantido”, palavras da organização, o Candlelight Sunset traz nove encontros musicais ao ar livre: o primeiro é a 19 de Maio, às 19h, interpretado pelo trio de Susana Cruz e dedicado às Divas do Jazz. Seguem-se, no mesmo horário, as datas 16 e 30 de Junho, 14 e 28 de Julho, 11 e 25 de Agosto, e 1 e 15 de Setembro. O evento tem bilhetes a partir dos 17€, para mesas de duas a dez pessoas (M/8).
Quinta, 20: Em terra de dinossauros e aguardente, quem tem polvo também é rei
Entre 20 e 30 de Maio, o polvo volta a ser rei e senhor das ementas de 21 restaurantes da Lourinhã. Com uma dúzia de anos de tradição, a Quinzena Gastronómica do Polvo promovida pelo município dá destaque ao cefalópode, em mais de meia centena de pratos. No cardápio estão receitas tradicionais, como o arroz de polvo ou o polvo à lagareiro, mas também combinações mais arrojadas, onde se apresenta a iguaria em forma de chamuça ou de piza. Panado com açorda de coentros, em tempura com arroz do mar, de caril, à brás ou à bulhão pato, em carpaccio ou pica-pau são outras das opções da carta, que estende os tentáculos às sobremesas dando a provar o polvo em macarrons ou em recheio de sonhos. Além da oferta nos estabelecimentos aderentes, esta edição traz a novidade dos serviços take-away e delivery, para que os comensais possam fazer a degustação em casa. A premissa mantém-se: promover e dinamizar a gastronomia e economia locais, mostrando que os créditos da terra vão além dos dinossauros e da aguardente.
Sexta, 21: Prontos para a Festa dos Contos
Depois da pausa em 2020 e dos dias de espera em tempos incertos, Montemor-o-Novo prepara-se para receber a Festa dos Contos entre 21 e 23 de Maio. E porque o reencontro com o público merece fatiota à altura, a 11.ª edição vem “cheia de afectos, de amigos e de palavras que nos embrulham e nos afastam daquela solidão”. Num programa gratuito e para todas as idades, que se instala no Jardim do Cineteatro Curvo Semedo (ou Jardim das Palavras) esticando o pé também à Biblioteca Pública de Évora, há sessões de contos, tertúlias, ioga, risoterapia, concertos, leituras e uma feira do livro. O domingo é dedicado ao universo de José Saramago e traz, a par de música e conversa, o roteiro literário Levantado do Chão (inspirado no romance homónimo do escritor). A organização é da cooperativa artística Trimagisto; o programa detalhado está aqui.