12 Garden Experiences quer pôr os jardins históricos no mapa do turismo nacional
São doze rotas que, por 29 jardins, nos levam a conhecer as maravilhas destes espaços e também a história e a cultura de Portugal. Para já, pelo Norte e Centro.
Sabe o que é uma Ficus carica? O aroma da lavanda, será que o consegue reconhecer? Estas perguntas, e muitas mais, podem ser respondidas se seguir viagem numa das 12 rotas dos jardins históricos, com o aliciante de poder também experimentar o melhor que a cultura e gastronomia locais têm para oferecer.
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Sabe o que é uma Ficus carica? O aroma da lavanda, será que o consegue reconhecer? Estas perguntas, e muitas mais, podem ser respondidas se seguir viagem numa das 12 rotas dos jardins históricos, com o aliciante de poder também experimentar o melhor que a cultura e gastronomia locais têm para oferecer.
A proposta vem sendo trabalhada desde 2019 pela Associação dos Jardins Históricos e ganha agora um novo impulso, ao associar-se a duas agências de viagens que, assegura o presidente da instituição, serão capazes de transformar estes itinerários em verdadeiros “produtos turísticos”.
Numa primeira fase, a AJH, que reúne cerca de duzentos associados, fez uma inventariação e caracterização detalhada de todos os jardins existentes no país. Posteriormente, a associação definiu doze rotas, envolvendo 29 jardins, e construiu um site e uma aplicação móvel para os dar a conhecer ao grande público.
O último passo no sentido de criar um “produto turístico inédito” foi dado com o arranque do programa 12 Garden Experiences, apresentado esta quarta-feira no Museu Soares dos Reis, no Porto, e que contou com a presença de proprietários dos jardins (públicos e privados), representantes das agências de viagens, da AJH, e Inácio Ribeiro, do Turismo do Porto e Norte.
As rotas propostas estão para já limitadas ao Norte e Centro do país, estando prevista a sua ampliação ao resto do território continental e ilhas num futuro próximo.
Passeios desenhados à medida
Nas ofertas que as agências Clubtour e TravelTailors já têm disponíveis, o passeio pelos jardins é complementado com diversos produtos e serviços, como provas gastronómicas e de vinhos, contacto com a arte da jardinagem, ofertas de hotelaria e restauração. Há toda uma panóplia variada de actividades que enriquecem a visita propriamente dita.
Manuel de Sousa, presidente da AJH, sublinha que as experiências proporcionadas por estes pacotes assentam que nem uma luva nos novos tempos que estamos a viver. As agências de viagens assumem o desafio de criar ofertas personalizadas, ajustadas para pequenos grupos, que são seguras, realizadas ao ar livre e juntam as componentes cultural e ambiental.
Uma síntese cultural, histórica e ambiental
Um jardim, com toda a beleza, força e riqueza sensorial que o caracteriza, nunca é apenas um aglomerado de elementos, apesar de estes, por si só, já serem razão suficiente para programar uma visita – as espécies de árvores e flores, as técnicas de organização paisagística, a utilização inteligente dos recursos hídricos, a proximidade entre as dimensões produtiva e do lazer.
Um jardim é algo mais: ele sintetiza, em si mesmo, a memória e a cultura de um povo. Nele podemos encontrar elementos que ajudam a definir a nossa identidade cultural, desde os hábitos recreativos, a técnicas de trabalho com diferentes materiais, ou contacto com outros povos que justifica a importação de determinadas espécies. Visitar estes espaços únicos é ter a oportunidade de viajar pelas nossas memórias e cultura.
Uma solução win-win para que os jardins históricos possam ser preservados
Teresa Andersen, que é o principal rosto do trabalho de inventariação e classificação dos jardins históricos que a AJH desenvolveu nos últimos anos, sublinha, num documento distribuído pela 12 Garden Experiencies, que os jardins, ainda que “muito belos e muito amados”, também são “frágeis e reclamam uma continuada manutenção”.
A 12 Garden Experiences cumpre assim duas metas essenciais: divulga um património que continua subvalorizado do ponto de vista turístico e cultural; e desenvolve também um sistema que permite a sua viabilização económica e auto-sustentação, para que muitos destes espaços deixem de estar ao abandono, e possam tornar-se ainda mais atractivos e adaptados aos dias de hoje.