Ondas de calor em Portugal e Espanha poderão ter o dobro da intensidade em 2050
A investigação sugere que as mudanças mais significativas acontecerão na região do Centro e Leste da Península Ibérica.
As ondas de calor em Portugal e Espanha poderão ter o dobro da intensidade em 2050, segundo um estudo com projecções climáticas feito por investigadores das universidades galegas de Vigo e Santiago de Compostela.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As ondas de calor em Portugal e Espanha poderão ter o dobro da intensidade em 2050, segundo um estudo com projecções climáticas feito por investigadores das universidades galegas de Vigo e Santiago de Compostela.
A investigação publicada na revista científica Atmospheric Research sugere que as mudanças mais significativas acontecerão na região do Centro e Leste da Península Ibérica e que na costa mediterrânica e nos Pirenéus a intensidade das ondas de calor poderá aumentar 150%.
Estes fenómenos também deverão abranger áreas cada vez maiores, aumentando a um ritmo entre 6% e 8% por década, o que sujeitará cada vez mais pessoas ao calor, provocará o aumento de consumo de energia para climatização e fará aumentar o risco de incêndios, prevêem os cientistas.
Quando se analisam ondas de calor, os cientistas debruçam-se sobre quatro parâmetros: a frequência, a duração, a intensidade e a extensão de território que afectam. Contudo, nesta investigação estudaram também o chamado “factor de excesso de calor”, que se relaciona com o efeito da temperatura no corpo humano. O índice de excesso de calor pode usar-se para tomar decisões que reduzam os impactos negativos das ondas de calor na saúde pública ou em outros factores, como a agricultura, as florestas e a energia.
Entre 1971 e 2000, a extensão média das ondas de calor aumentou 1,71% por década e a extensão máxima cresceu 4,3% em cada dez anos. A tendência deverá continuar no futuro próximo e os estudos apontam para um aumento expressivo da intensidade, frequência, duração e extensão das ondas de calor ibéricas neste século.