Lesma-do-gerês descoberta no Parque das Serras do Porto
A espécie de lesma encontra-se legalmente protegida, ocorrendo no Noroeste da Península Ibérica e na Irlanda.
A lesma-do-gerês, uma espécie protegida de invertebrados, foi encontrada no Parque das Serras do Porto por cientistas do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (Cibio-InBio), segundo disse esta quinta-feira à agência Lusa a entomóloga Sónia Ferreira.
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A lesma-do-gerês, uma espécie protegida de invertebrados, foi encontrada no Parque das Serras do Porto por cientistas do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (Cibio-InBio), segundo disse esta quinta-feira à agência Lusa a entomóloga Sónia Ferreira.
“Conhecido como a lesma-do-gerês, a Geomalacus maculosus é uma espécie legalmente protegida, incluída no anexo II e IV da Directiva Habitats [relativa à preservação dos habitats naturais, da fauna e da flora selvagens], e que ocorre no Noroeste da Península Ibérica e na Irlanda”, descreve a publicação na página do Parque das Serras do Porto no Facebook.
Segundo a investigadora responsável, o exemplar foi “encontrado na sexta-feira no tronco de um carvalho-alvarinho em Aguiar de Sousa, no concelho de Paredes”, distrito do Porto, durante uma prospecção nocturna no âmbito de um projecto que vai decorrer no primeiro semestre do ano naquele território que se estende também pelos concelhos de Gondomar e Valongo.
A lesma-do-gerês encontra-se, normalmente, “em bosques de caducifólias e pode ser mais facilmente observada durante o período nocturno, especialmente em dias de chuva e elevada humidade”, acrescenta a publicação, precisando que o invertebrado “pode alcançar os 12 centímetros de comprimento e apresentar alguma variação na coloração, alimentando-se de líquenes e de musgos”.
“É uma espécie típica do Noroeste peninsular e na Galiza e importante porque está na Directiva Habitats. Todas as espécies nela presentes estão legalmente protegidas, não sendo permitida nem a recolha nem a destruição do seu habitat”, contextualizou Sónia Ferreira.
Para a especialista, trata-se de uma “espécie muito associada a ecossistemas saudáveis ou em resquícios que foram saudáveis”.
“No Parque das Serras toda a parte de eucaliptal restringe os habitats mais favoráveis para a maior parte das espécies a pequenos vales e pequenos redutos onde, quando visitados e olhados com alguma atenção, são encontrados um número elevado de espécies”, acrescentou.
Raquel Viterbo, secretária executiva do Parque das Serras do Porto, com sede em Valongo, explicou à Lusa que os invertebrados “fazem parte das lacunas encontradas ao nível do conhecimento do território”, tendo sido essa uma das razões para terem avançado com o projecto de investigação, fazendo novas prospecções no terreno, diurnas e nocturnas”.