Desacatos entre polícia e adeptos do Sporting mancham festejos. Marquês foi zona mais tensa
De Alvalade ao Marquês de Pombal, ambiente de tensão entre polícia e adeptos foi constante. Agentes recorreram a balas de borracha, registando-se “vários feridos” na noite de festejos.
A noite foi maioritariamente de festa, mas o descontentamento dos adeptos com as restrições impostas pelas autoridades – que culminaram em confrontos – acabaram por manchar o ambiente de euforia e alegria. Apesar do atraso no cortejo da equipa do Sporting, não ocorreram incidentes de maior durante a deslocação do autocarro “verde e branco”.
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A noite foi maioritariamente de festa, mas o descontentamento dos adeptos com as restrições impostas pelas autoridades – que culminaram em confrontos – acabaram por manchar o ambiente de euforia e alegria. Apesar do atraso no cortejo da equipa do Sporting, não ocorreram incidentes de maior durante a deslocação do autocarro “verde e branco”.
Ainda na terça-feira, durante o encontro entre Sporting e Boavista, que ditou a conquista do título, uma intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) na fanzone criada pela claque Juventude Leonina, nas imediações do Estádio de Alvalade, causou os primeiros feridos do dia. Os agentes dispararam balas de borracha na direcção dos simpatizantes “leoninos”, uma das quais atingiria numa perna, mas sem gravidade, um repórter da TVI 24 no local, apurou o PÚBLICO junto de fonte oficial da estação.
Durante grande parte da tarde, milhares de adeptos tinham-se concentrado naquela área. Claramente em maior número e contrariando a acção dos agentes, os simpatizantes “leoninos” arremessaram objectos e artefactos pirotécnicos contra o Corpo de Intervenção, obrigando os polícias a recuar. Até ao final da partida, não existiriam mais confrontos junto ao estádio. Este incidente seria posteriormente explicado pelo comissário Artur Serafim no local.
“Tivemos vários adeptos que começaram a arremessar pedras e garrafas contra a Polícia de Segurança Pública (PSP). Actualmente, não há detidos, mas há vários feridos a registar: cidadãos que estavam em clima de festa e foram atingidos por algumas garrafas e pedras arremessadas por adeptos que se encontravam na parte superior”, explicou o comissário.
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foram registados cerca de “uma dúzia de episódios de urgência relacionados com os festejos”, entre os quais “pequenos traumatismos e escoriações em pessoas que estiveram envolvidas em pequenas rixas e causados por balas de borracha”, mas sem grande gravidade, segundo explicou ao PÚBLICO fonte do hospital.
Zona do Marquês marcada por confrontos
De Alvalade, a tensão passou para o Marquês de Pombal, ponto alto do cortejo dos festejos agendados para a madrugada. A polícia instalou barreiras de protecção no perímetro da rotunda, manifestamente insuficientes para conter os adeptos dos “leões”. A espera tornava-se penosa – o autocarro com os jogadores apenas deixou Alvalade às 2h – e a paciência dos simpatizantes esfumava-se.
Por várias vezes, em jeito de provocação, as barreiras foram derrubadas. Como resposta, efectivos do Corpo de Intervenção moviam-se para a área de risco, recorrendo, por vezes, a bastonadas e balas de borracha. Ainda neste local, vários adeptos ficaram feridos. Também agentes da polícia sofreram ferimentos.
O momento mais crítico acabaria por não correr tão mal quanto se temia numa primeira fase. A passagem do autocarro do Sporting pelo Marquês do Pombal ocorreu sem incidentes graves a registar, com os adeptos e jogadores em comunhão. Centenas de tochas, potes de fumo e foguetes foram deflagrados em simultâneo, pintando de verde a rotunda do Marquês. A polícia conseguiu controlar com sucesso os adeptos, impedindo que estes chegassem às zonas restritas.
A registar fica o atraso da operação, com o autocarro da equipa a chegar ao Marquês de Pombal por volta das 4h.