Braima Galissá marca o regresso da Casa da Cerca às músicas ao vivo

O músico guineense Braima Galissá, mestre e virtuoso do Kora, reabre a Casa da Cerca em Almada à música ao vivo. Dia 18, às 17h30, com público presente e lotação limitada.

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Braima Galissá com o seu Kora DR

Depois de um ano em que os seus concertos foram todos gravados sem público, para transmissão via Facebook, a Casa da Cerca em Almada regressa à música com público, embora com lotação limitada e ainda com as regras sanitárias ditadas pela pandemia.

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Depois de um ano em que os seus concertos foram todos gravados sem público, para transmissão via Facebook, a Casa da Cerca em Almada regressa à música com público, embora com lotação limitada e ainda com as regras sanitárias ditadas pela pandemia.

E o nome escolhido para esta reabertura foi o de Braima Galissá, virtuoso instrumentista e mestre griot do Kora, que, segundo o anúncio oficial, irá ali “apresentar variações em torno do repertório tradicional guineense”. O concerto, que decorrerá no Jardim da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, em Almada, no dia 18 de Maio, às 17h30, com reservas prévias das entradas (gratuitas), será filmado para transmissão posterior no Facebook (23 de Maio, às 17 horas, também no Facebook do PÚBLICO).

Este concerto integra-se no ciclo anual Há Música na Casa da Cerca (com programa ainda a divulgar) e no tema “Música nas Exposições”, onde se propõe “a apresentação de composições musicais que interagem com as obras de uma exposição ou com o seu espaço envolvente”. Em 2021, quando se celebram 20 anos d’O Chão das Artes, o mote para este diálogo é a exposição que conta a história do seu Jardim Botânico. Até porque dia 18 é Dia Internacional dos Museus e Dia Internacional do Fascínio das Plantas.

Nascido em 1964, na Guiné-Bissau, numa família de griots da cultura Mandinga (griot é aquele que é considerado um depositário da tradição oral africana, seja como poeta, cantor, contador de histórias ou músico), José Braima Galissá começou a aprender a tocar Kora, instrumento de 22 cordas que na cultura Mandinga é tocado há mais de 600 anos. E fê-lo, segundo a sua biografia, pela mão do seu pai, em meados de 1970. Foi aperfeiçoando esse saber e hoje é considerado um dos melhores músicos “da cultura Mandinga, pelas suas excelentes qualidades de exímio tocador de Kora”. No seu país, foi responsável (e também compositor) do Ballet Nacional da Guiné-Bissau e professor de Kora na Escola Nacional de Música José Carlos Schwarz durante 11 anos.

A partir de 1998 passou a residir em Lisboa, desenvolvendo o projecto Bela Nafa. Tem realizado desde então, diz ainda a sua biografia, vários cursos para alunos da Escola Superior de Educação de Lisboa e Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa sobre música, literatura e cultura guineense. Trabalhou com o Teatro São João do Porto e participou em programas de rádio e televisão, na Antena 2, RTP Internacional, Rádio Renascença, RTA (Rádio Televisão de Angola) e RDP África.

Braima Galissá (cujo nome também surge frequentemente grafado como Ibrahima ou Brahima Galissá) participou em concertos integrados nas exposições internacionais Expo’98 (Lisboa) e Porto 2001, e trabalhou ou gravou com músicos como João Afonso, Amélia Muge, Ana Laíns, Herménio Meno (na colectânea Mon Na Mon), Blasted Mechanism, Sara Tavares, O Gajo e também com vários artistas guineenses.