EUA e Irão envolvem-se em novas provocações no estreito de Ormuz
Navios norte-americanos dispararam tiros de aviso perante a aproximação de lanchas iranianas. Guardas da Revolução acusam EUA de “provocação e pouco profissionalismo”.
Uma embarcação da Guarda Costeira dos EUA em patrulha na região do golfo Pérsico disparou, na segunda-feira, duas salvas de tiros para afugentar 13 lanchas de acção rápida dos Guardas da Revolução iranianos, no segundo episódio do género nas duas últimas semanas.
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Uma embarcação da Guarda Costeira dos EUA em patrulha na região do golfo Pérsico disparou, na segunda-feira, duas salvas de tiros para afugentar 13 lanchas de acção rápida dos Guardas da Revolução iranianos, no segundo episódio do género nas duas últimas semanas.
O aumento da tensão no estreito de Ormuz surge numa altura em que os diplomatas europeus, russos e chineses tentam reanimar, em Viena, o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, três anos depois da saída dos EUA por decisão do ex-Presidente Donald Trump, em Maio de 2018.
“As lanchas de acção rápida dos Guardas da Revolução realizaram manobras arriscadas ao aproximarem-se de navios dos EUA que estavam a passar pelo estreito de Ormuz”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, na segunda-feira.
De acordo com os norte-americanos, 13 lanchas iranianas perseguiram e aproximaram-se, a grande velocidade, de seis navios norte-americanos que escoltavam o submarino nuclear Georgia em águas internacionais.
Num vídeo publicado no site Navy Times, gravado a bordo do navio Maui, vêem-se duas lanchas a poucas centenas de metros de distância das embarcações norte-americanas – o que motivou uma série de avisos e alarmes da Marinha dos EUA.
Segundo o porta-voz do Pentágono, as lanchas iranianas continuaram a aproximar-se dos navios norte-americanos – “a grande velocidade e com as armas descobertas” – após a emissão de avisos verbais e sonoros, e só se afastaram depois de uma segunda salva de tiros.
Nesta terça-feira, os Guardas da Revolução iranianos – a poderosa força de elite muito próxima do supremo líder da república islâmica – acusaram os EUA de serem os responsáveis pela provocação no estreito de Ormuz.
Num comunicado, os iranianos garantem que as lanchas “mantiveram a distância legal, face ao comportamento arriscado e pouco profissional” dos navios norte-americanos. E acusam os EUA de terem disparado tiros “de forma desnecessária e provocatória”.
Há duas semanas, no dia 26 de Abril, o navio-patrulha norte-americano Firebolt disparou tiros de aviso perante a aproximação de três lanchas iranianas, também de acordo com o Pentágono.
Apesar da constante tensão no estreito de Ormuz, este tipo de episódios não acontecia desde o Verão de 2017, um ano antes de o então Presidente dos EUA ter anunciado a saída do país do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano. Já depois disso, no Verão de 2019, o Irão e os EUA envolveram-se numa série de provocações – com o abate de drones e a apreensão de petroleiros – que fez temer uma escalada da violência na região.