Novo acordo com Moçambique quadruplica presença de militares portugueses

Ministro moçambicano associa terrorismo jihadista ao tráfico de drogas, de órgãos humanos e de crianças e mulheres.

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Os ministros da Defesa de Portugal e Moçambique no Forte de são Julião da Barra LUSA/MÁRIO CRUZ

O novo acordo quadro de cooperação entre Portugal e Moçambique assinado na manhã desta segunda-feira no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, entre os ministros da Defesa dos dois países vai quadruplicar a presença de militares portugueses em território moçambicano e triplicar o volume de investimento.

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O novo acordo quadro de cooperação entre Portugal e Moçambique assinado na manhã desta segunda-feira no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, entre os ministros da Defesa dos dois países vai quadruplicar a presença de militares portugueses em território moçambicano e triplicar o volume de investimento.

“O programa-quadro de cooperação para os próximos cinco anos quadruplica a presença de militares portugueses”, anunciou o titular da Defesa, João Gomes Cravinho. Numa breve declaração, o ministro português destacou, sem especificar, que no novo programa, em vigor até 2026, há elementos de continuidade e inovação.

“A nossa cooperação tem mais de 30 anos [data de 1988] e terá continuidade, sempre na lógica de abertura e disponibilidade, de adaptação às necessidades”, assinalou Gomes Cravinho. E, neste momento, com Moçambique assolada pelo terrorismo jihadista, abriu-se um novo capítulo, com o treino de tropas especiais moçambicanas, fuzileiros e comandos, por 75 formadores portugueses.

O recurso a drones para recolher elementos que permitam uma resposta rápida à penetração das forças estrangeiras e o trabalho conjunto ao nível das informações, são outros domínios, de inovação, na cooperação militar bilateral para o próximo quinquénio.

“A assinatura deste programa-quadro e a visita do ministro da Defesa de Moçambique foi por várias vezes adiada”, historiou Cravinho, referindo-se às vicissitudes quer da pandemia quer da situação militar no território.

O mesmo reconheceu o homólogo moçambicano, Jaime Bessa Neto. “O ministro João Gomes Cravinho esteve em Dezembro em Moçambique, mas os condicionalismos actuais impediram a minha vinda mais cedo”, afirmou o governante moçambicano.

Aliás, este novo acordo de cooperação técnico militar não implicava, necessariamente, a visita de Bessa Neto. Contudo, Lisboa e Maputo quiseram sublinhar com esta deslocação o significado político que as duas capitais conferem ao programa-quadro para os próximos cinco anos.

“Este programa-quadro vai ajudar Moçambique na formação e em outras, como capacitar as nossas forças de segurança, pois o nosso país está a ser agredido pelos terroristas de forças estrangeiras”, sublinhou o ministro moçambicano. E, sintetizou que até ao momento duas mil pessoas perderam a vida e 800 mil estão deslocadas.

“O terrorismo está associado a outras coisas, pensamos no tráfico de droga, de órgãos humanos, de crianças e mulheres”, concluiu Jaime Bessa Neto.