Chade diz que derrotou rebeldes responsáveis pela morte do Presidente

Idriss Deby foi morto no mês passado quando visitava as tropas na linha da frente que combatem um grupo de insurgentes.

Foto
Exército do Chade exibiu rebeldes presos numa base militar Reuters

O Exército do Chade disse ter derrotado os rebeldes do Norte do país e que o conflito que causou a morte ao Presidente Idriss Deby no mês passado terminou. No entanto, os insurgentes não reconhecem o fim dos combates.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Exército do Chade disse ter derrotado os rebeldes do Norte do país e que o conflito que causou a morte ao Presidente Idriss Deby no mês passado terminou. No entanto, os insurgentes não reconhecem o fim dos combates.

No domingo, uma parada militar desfilou pelas ruas de N’Djamena, a capital do país, recebida com aplausos pela população. “O regresso triunfante do Exército para os quartéis simboliza o fim das operações e a vitória do Chade”, afirmou o chefe do Estado Maior do Exército, Abakar Abdelkerim Daoud.

Para além do desfile de tanques e carros blindados, os militares exibiram grupos de rebeldes capturados numa base do Exército, diz a Al-Jazeera. A demonstração de força junto da população é vista como uma forma para o governo de transição garantir alguma fonte de legitimidade.

Apesar dos festejos, os dirigentes da Frente pela Mudança e Concórdia no Chade, conhecida como Fact, disseram não ter conhecimento do fim dos combates, segundo a BBC. O governo de transição do Chade já anunciou no passado o fim do conflito, apesar de os combates terem continuado, diz a Al-Jazeera.

A insurgência teve início no mês passado, quando rebeldes da Fact atravessaram a fronteira com a Líbia para tentarem derrubar Deby, que governava o país há mais de 30 anos. Numa visita à linha da frente, o ditador foi morto, abrindo uma crise de sucessão.

Foi nomeado um conselho militar de transição liderado pelo filho de Deby, Mahamat Idriss Itno, que se comprometeu a manter-se em funções apenas durante um ano e meio até que sejam convocadas novas eleições. No entanto, muitos vêem neste conselho e na nomeação do filho do ditador uma forma de manter o Chade sob o jugo do regime que o governa há três décadas.

Inicialmente, o conselho de transição contou com o apoio do Presidente francês, Emmanuel Macron, que tem no Chade um aliado fundamental para a sua estratégia de combate ao terrorismo na região do Sahel. Macron compareceu ao funeral de Deby, no que foi encarado como uma grande demonstração de apoio à nomeação de Mahamat Idriss como novo “homem forte” do país.

No entanto, a repressão das forças de segurança de manifestantes que protestavam contra o conselho de transição levou o Governo francês a alterar a sua posição, pedindo agora a nomeação de um executivo civil de unidade nacional.

Os protestos contra a sucessão de Deby continuam e no sábado dez pessoas foram feridas durante uma manifestação.