José Manuel Silva encabeça coligação de sete partidos para a Câmara de Coimbra
Lei autárquica não permite que movimentos independentes integrem coligações. Membros do Somos Coimbra vão nas listas do Nós, Cidadãos.
José Manuel Silva será o candidato proposto pelos sete partidos da coligação Juntos Somos Coimbra, que concorre às eleições autárquicas deste ano à Câmara Municipal de Coimbra. O ex-bastonário da Ordem dos Médicos será o cabeça de lista de PSD, CDS, PPM, Volt, RIR, Aliança e Nós, Cidadãos para tentar ganhar uma autarquia que é PS desde 2013. Apresentado como o nome do PSD para Coimbra em Março, José Manuel Silva não tinha ainda clarificado que modelo iria assumir a candidatura que encabeça às eleições autárquicas.
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José Manuel Silva será o candidato proposto pelos sete partidos da coligação Juntos Somos Coimbra, que concorre às eleições autárquicas deste ano à Câmara Municipal de Coimbra. O ex-bastonário da Ordem dos Médicos será o cabeça de lista de PSD, CDS, PPM, Volt, RIR, Aliança e Nós, Cidadãos para tentar ganhar uma autarquia que é PS desde 2013. Apresentado como o nome do PSD para Coimbra em Março, José Manuel Silva não tinha ainda clarificado que modelo iria assumir a candidatura que encabeça às eleições autárquicas.
Apesar de estar no nome e ter as suas pessoas, esta não é uma coligação com o Somos Coimbra, o movimento independente pelo qual José Manuel Silva tinha sido eleito vereador em 2017 — por imposição legal os grupos de cidadãos não podem fazer coligações. Os elementos do Somos Coimbra passam, assim, a integrar a lista do partido Nós, Cidadãos como independentes, uma solução que foi anunciada nesta sexta-feira por José Manuel Silva, em frente ao Convento São Francisco, em Coimbra.
“Esta foi a forma de nós contribuirmos e ninguém nos vir dizer que nos diluímos num qualquer partido”, disse José Manuel Silva aos jornalistas. E foi uma forma de se afastar do PSD? “Quando todos fazem uma coligação, nenhum desaparece, nenhum dos partidos é esvaziado”, respondeu, “todos contribuem com a sua proporcionalidade”. “Não nos afastámos de ninguém”, sublinhou.
Sobre o futuro do movimento que surgiu há quatro anos e que também já teve uma cisão (em Outubro de 2020, metade dos dirigentes saíram em desacordo com a estratégia), o candidato diz que o Somos Coimbra “continuará a ter uma intervenção cívica, construtiva, independente e crítica” e que as pessoas que o integram “continuarão a trabalhar como elementos do Somos Coimbra”.
No discurso de apresentação, o médico referiu que Coimbra está “em estado de emergência permanente: emergência demográfica, social, económica, cultural e ambiental”. Falou em investimentos essenciais para a cidade — como o novo Palácio da Justiça, a nova maternidade, a requalificação das escolas José Falcão e Eugénio de Castro, a retirada da penitenciária do centro de Coimbra ou a revivificação da zona histórica — e anunciou que a coligação vai apresentar 112 medidas de desenvolvimento para a cidade.
Reconhecendo que “a democracia não é aritmética”, recordou que o PS obteve 24 mil votos nas últimas eleições, sendo que a soma dos votos de Somos Coimbra com a coligação encabeçada pelo PSD “totalizou 29 mil votos”.
O caminho até aqui chegar tem tido alguns solavancos. O mais recente partido a mostrar sinais de tensão foi o CDS, cuja estrutura concelhia votou por unanimidade apresentar candidato próprio. A distrital está ao lado de José Manuel, que disse nesta sexta-feira ter o apoio da nacional dos centristas. Minutos antes da apresentação da coligação, num comunicado assinado pelo coordenador autárquico da concelhia do CDS, Nuno Vicente, o partido anunciou que qualquer apresentação aconteceria “à sua revelia”.
“Temos a assinatura do acordo do presidente da concelhia do CDS, do presidente da distrital e temos por escrito o aval a este acordo” emitido pelas “estruturas nacionais do CDS”, respondeu José Manuel Silva.
A estrutura local do PSD chegou a lançar o nome do também médico Nuno Freitas para concorrer às autárquicas. A direcção nacional acabou por chumbar a proposta, para depositar esperanças em José Manuel Silva. O MPT também chegou a estar envolvido em conversações, mas retirou-se da coligação alegando “falta de verticalidade e transparência” por parte do candidato.
Nas declarações aos jornalistas, o candidato admitiu “sobressaltos” neste percurso. No entanto, considerou-os “absolutamente normais” num “processo inovador”, “sem unanimidades, mas com o comprometimento de todos”. O candidato não revela, para já, quem integrará a lista que encabeça, mas acrescenta que as conversações estão numa fase final.