ISCTE vai abrir escola de tecnologias digitais em Sintra
O ISCTE-Sintra deverá abrir portas em 2026 e está localizado na Portela de Sintra, para melhorar a acessibilidade ao ensino superior na coroa norte da Área Metropolitana de Lisboa.
O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa vai construir a sua quinta escola, dedicada às tecnologias digitais, em Sintra. Em comunicado, a instituição anunciou que a Assembleia Municipal de Sintra aprovou, na quinta-feira, a cedência de um terreno para este projecto.
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O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa vai construir a sua quinta escola, dedicada às tecnologias digitais, em Sintra. Em comunicado, a instituição anunciou que a Assembleia Municipal de Sintra aprovou, na quinta-feira, a cedência de um terreno para este projecto.
O ISCTE-Sintra será assim a primeira escola especializada em tecnologias digitais aplicadas do país e a primeira do Instituto Universitário de Lisboa a localizar-se fora do centro da capital, juntando-se às de Sociologia e Políticas Públicas, Business School, Ciências Sociais e Humanas, Tecnologias e Arquitectura.
A escola, que deverá abrir em 2026, irá oferecer cerca de dez cursos de “tecnologias digitais aplicadas a diferentes domínios”, que se estendem pela “arte, o património, a educação e formação, a gestão, a saúde, a indústria e serviços, incluindo ainda inteligência artificial, desenvolvimento de software e cibersegurança”, indica a faculdade.
Todos os cursos vão ser apresentados para avaliação à agência de acreditação A3ES, em Outubro. O veredicto não será conhecido “a não ser no final de 2022”, afirma ao P3 a reitora do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues. Ao combinar as tecnologias digitais e vários sectores de aplicação, o ISCTE-Sintra torna-se numa "escola bastante original e diferente daquilo que é o habitual no panorama de ensino superior”, acrescenta ainda a antiga ministra da Educação.
O edifício está projectado para receber cerca de 2500 a 3000 estudantes, distribuídos por cerca de 40 salas, numa área de oito mil metros quadrados. Virada para a serra de Sintra, é uma “escola de tecnologias num ambiente natural, em que se respeita muito a natureza”, afirma a reitora, referindo ainda a construção de um terraço no segundo piso, com vista para a serra. O pólo ficará a cerca de cinco minutos da estação de comboios da Portela, para ser o mais acessível possível por transportes públicos, sem recurso a automóvel próprio.
“O objectivo é responder a uma necessidade de desenvolver o ensino superior de proximidade, na Área Metropolitana de Lisboa [AML], que é particularmente deficitária dessa oferta”, justifica Maria de Lurdes Rodrigues. “Na coroa norte da AML, os concelhos somam mais de um milhão de residentes e não há uma oferta de ensino superior universitário que permita melhorar as condições de acesso. Sintra é um caso particularmente grave porque é o segundo [maior] concelho do país, em número de residentes, e é o concelho mais jovem.” No entanto, sublinha, não tem “uma oferta de proximidade”. Esta área abrange ainda Mafra, Torres Vedras, Amadora, Odivelas, Loures e Vila Franca de Xira.
Assim que os cursos sejam aprovados, a faculdade irá procurar espaços provisórios para começar rapidamente as aulas, de modo a não “perder nenhum jovem e nenhuma oportunidade de acesso, nas melhores condições possíveis”. “Nem todo o espaço serve, tem de ser o adequado às exigências da formação”, sublinha a reitora. “A nossa ideia é fazer, enquanto a escola se constrói, tudo o que for possível para oferecer formação de nível superior na AML, porque o problema tem uma magnitude tal que é muito urgente fazer qualquer coisa”, afirma.
A construção da nova escola, que irá "colmatar uma falha na oferta curricular de nível superior”, conta com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa e do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, ao qual o ISCTE vai apresentar o novo pólo numa reunião, a 19 de Maio, em que será assinado “um protocolo com grandes empresas sediadas no concelho que são parceiras”, refere o instituto. O ISCTE garante ainda que “quando a escola começar a funcionar, os estudantes poderão estagiar e desenvolver projectos nessas empresas no decorrer dos seus cursos”.
Texto editado por Amanda Ribeiro