Lista de finalistas ao Prémio Turner deste ano só tem colectivos

Depois de um 2020 de interregno e pela primeira vez na história do prémio mais importante das artes britânicas, não há criadores em nome individual na shortlist. O vencedor sairá de um leque de colectivos que trabalham em prol da mudança social através da arte, diz a organização.

Foto
Manifestação organizada pelo colectivo Array, um dos finalistas do prémio Array Collective

Com as galerias e os museus obrigados a fechar devido à pandemia de covid-19, e dependendo o Prémio Turner tradicionalmente das exposições realizadas no ano anterior, é compreensível que a lista de cinco finalistas anunciada esta sexta-feira seja composta por grupos que, pegando na arte, continuaram a trabalhar na comunidade, recorrendo aos seus métodos mais alternativos. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Com as galerias e os museus obrigados a fechar devido à pandemia de covid-19, e dependendo o Prémio Turner tradicionalmente das exposições realizadas no ano anterior, é compreensível que a lista de cinco finalistas anunciada esta sexta-feira seja composta por grupos que, pegando na arte, continuaram a trabalhar na comunidade, recorrendo aos seus métodos mais alternativos. 

“Depois de um ano de encerramentos forçados, em que muito poucos artistas puderam expor publicamente, o júri seleccionou cinco colectivos notáveis, ​​cujo trabalho não só continuou durante a pandemia, como se tornou ainda mais relevante em virtude dela”, diz Alex Farquharson, director da Tate Britain e presidente do júri, num comunicado citado pela televisão pública britânica. É o Prémio Turner a fazer o que é suposto, a reflectir os tempos em que vivemos, defende a organização.

Array Collective, Black Obsidian Sound System (B.O.S.S.), Cooking Sections, Gentle/Radical e Project Arts Works são os grupos que integram a lista na recta final daquele que é um dos mais importantes prémios da arte contemporânea a nível mundial, atribuído desde 1984 a um artista britânico (nascido no Reino Unido ou que lá trabalhe maioritariamente). 

O trabalho destes colectivos tem um enorme impacto social, considerou o júri do prémio organizado pela galáxia de museus Tate, cujo vencedor será anunciado a 1 de Dezembro. 

Os grupos nomeados desenvolveram um vasto e variado leque de actividades, que incluíram festas de angariação de fundos para pessoas não-brancas queer, transexuais e intersexo; programas de promoção de práticas de boa vizinhança com contadores de histórias porta-a-porta; e actividades com artistas com perturbações do neurodesenvolvimento. 

No ano passado o Turner não se realizou devido à pandemia, embora o valor monetário do prémio tenha sido distribuído por dez bolsas para artistas. Um ano antes, em 2019, foi dividido pelos quatro finalistas, por decisão destes.