Governo destaca que cerca sanitária em Odemira diminuiu casos para menos de metade

Eduardo Cabrita especificou que “são 46 casos activos ontem [quarta-feira], quando há uma semana eram 123”.

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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, acompanhado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e pelo presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro LUSA/NUNO VEIGA

O ministro da Administração Interna salientou hoje que a cerca sanitária em Longueira-Almograve e São Teotónio permitiu baixar os casos de infecção por covid-19 em Odemira para menos de metade e acusou a direita de “hipocrisia”.

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O ministro da Administração Interna salientou hoje que a cerca sanitária em Longueira-Almograve e São Teotónio permitiu baixar os casos de infecção por covid-19 em Odemira para menos de metade e acusou a direita de “hipocrisia”.

“A cerca sanitária está a produzir efeitos, porque desde a última semana Odemira tem muito menos de 50% dos casos de infecção do que tinha no dia em que a cerca foi instaurada”, afirmou Eduardo Cabrita, especificando que “são 46 casos activos ontem [quarta-feira], quando há uma semana eram 123”.

O ministro defendeu que “é esse o caminho pelo direito à saúde, pelo direito à vida, mas esse direito é para todos, é para os odemirenses lá nascidos e é para os 10 mil cidadãos nascidos noutras terras, da Alemanha ao Nepal, todos iguais, todos com direitos que lá vivam com direito de residência permanente”.

As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19.

“Este debate que aqui hoje é travado é de facto um debate sobre direitos humanos, é um debate sobre o direito à vida, é um debate sobre o direito à saúde, é um debate sobre o direito ao trabalho com direitos, é um debate sobre o direito à habitação, e de facto o Governo não descobriu Odemira nesta semana. Não estamos como a direita que confunde, faz rimar, pandemia com hipocrisia”, criticou Eduardo Cabrita na intervenção no encerramento do debate de urgência requerido pelo PAN sobre a situação dos imigrantes que trabalham nas explorações agrícolas na zona de Odemira, que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa.

E garantiu que, “com a mesma frontalidade” com que tem “coordenado a aplicação das medidas de estado de emergência e agora a coordenação das medidas em situação de calamidade que colocam Portugal como o país com os melhores resultados de incidência da pandemia em toda a União Europeia”, o executivo não esconde “os problemas reais”.

Destacando que o Governo adopta “as medidas necessárias” no âmbito da pandemia, o ministro referiu a cerca sanitária em Ovar, “onde foram mobilizadas instalações privadas de hotelaria”, a aplicação de medidas diferenciadas em 19 freguesias na zona de Lisboa e as medidas adoptadas agora “nos termos da lei de bases da Protecção Civil, defendendo as populações, defendendo o Estado de direito”.

O ministro da Administração Interna advogou igualmente que o Governo quer “que os empresários assumam aqui o compromisso de responsabilidade social, que significa que só há futuro para a economia com trabalho com direitos, com direito à habitação”.

“E para isso faremos tudo, por Portugal e pelos odemirenses”, vincou.