À quinta tentativa, protótipo do foguetão da SpaceX aterrou com sucesso
Os veículos utilizados nos últimos quatro voos de teste tinham explodido. Este protótipo da Starship é uma das componentes que integrará um veículo reutilizável com 120 metros, com o objectivo de levar astronautas e mercadoria para a Lua ou para Marte.
Foram cerca de seis minutos desde que o foguetão saiu da Terra até ao seu regresso: a empresa de exploração espacial SpaceX, do empresário multimilionário Elon Musk, conseguiu fazer um voo controlado e aterrar com sucesso o foguetão SN15 (a sigla de serial number 15) no sul do estado norte-americano do Texas, na quarta-feira. As últimas quatro tentativas de aterragem do protótipo da Starship tinham terminado com explosões.
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Foram cerca de seis minutos desde que o foguetão saiu da Terra até ao seu regresso: a empresa de exploração espacial SpaceX, do empresário multimilionário Elon Musk, conseguiu fazer um voo controlado e aterrar com sucesso o foguetão SN15 (a sigla de serial number 15) no sul do estado norte-americano do Texas, na quarta-feira. As últimas quatro tentativas de aterragem do protótipo da Starship tinham terminado com explosões.
O lançamento foi feito a partir da base de Boca Chica, no sul do Texas, utilizada pela SpaceX e o foguetão atingiu uma altitude máxima de cerca de dez quilómetros. Quatro minutos depois de ter saído do solo terrestre, o veículo espacial pairou durante algum tempo no ar, na horizontal. Depois, foram reactivados os motores Raptor (uma família de motores desenvolvida pela empresa) e a nave iniciou o regresso à superfície terrestre, onde pousou na vertical.
“Estamos no chão, a Starship aterrou”, anunciou o engenheiro John Insprucker, que comentou o vídeo em directo. Utilizando gíria da engenharia aeroespacial, Elon Musk escreveu no Twitter que a aterragem tinha corrido de forma “nominal”: conforme esperado, de forma eficaz.
Apesar de a aterragem ter sido bem-sucedida, houve um pequeno incêndio na base do veículo após a aterragem. “Temos um pequeno fogo na base do veículo, mas não é incomum tendo em conta o combustível de metano a bordo, enquanto continuamos a trabalhar no design dos veículos de teste”, explicou John Insprucker. O incêndio na base foi apagado de forma automática por canhões de água.
Este foi o quinto teste de voo de alta altitude de parte do protótipo da Starship: primeiro foi o SN8 em Dezembro, o SN9 em Fevereiro, os SN10 e SN11 em Março – todos explodiram e ficaram desfeitos em pedaços após o regresso à Terra.
Para que servirá este foguetão?
Esta aterragem é um marco importante no desenvolvimento de um veículo de lançamento para o espaço que possa ser reutilizado para transportar astronautas e mercadorias de grande porte para a Lua ou para Marte. A ambição de Elon Musk é tornar as viagens espaciais para humanos mais frequentes e mais acessíveis.
Segundo a explicação no site da SpaceX, “estes voos de teste da Starship são feitos para aumentar o conhecimento e desenvolvimento de um sistema de transporte inteiramente reutilizável para transportar tanto tripulantes como mercadorias em voos interplanetários de longa duração, para ajudar a humanidade a voltar à Lua [o que poderá acontecer até ao final desta década], e para viajar até Marte e mais além”.
Este protótipo de foguetão atingirá os 120 metros de altura e terá capacidade para transportar até 100 toneladas de carga, segundo as informações disponíveis no site da SpaceX. É composto pela Starship (o protótipo agora lançado), que tem nove metros de diâmetro e 50 metros de altura, a que se juntará uma segunda parte: um propulsor de lançamento na sua base, chamado Super Heavy, com 70 metros de altura.
Esta missão aconteceu 60 anos depois de o primeiro norte-americano ter chegado ao espaço – Alan Shepard, em 1961 (que foi também o segundo humano no espaço sideral, cerca de um mês depois do soviético Iuri Gagarin). No último mês, a Space X lançou quatro astronautas para a Estação Espacial Internacional e, no domingo, “trouxe” de volta outros quatro astronautas durante a noite; o foguetão Falcon 9 tem também continuado a lançar satélites da “mega-constelação” Starlink para o espaço.