Bill e Melinda Gates: o balanço de uma união de 27 anos que começou com um “não”

Os filantropos casaram em 1994 e são pais de três filhos. O acordo de divórcio poderá ser um dos mais caros da história.

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Bill e Melinda Gates conheceram-se em 1987 e foram casados durante 27 anos Reuters/Shannon Stapleton

A história de Melinda e Bill Gates podia ter sido de outra forma — a primeira vez que o fundador da Microsoft convidou a então jovem funcionária para sair, esta recusou. O romance viria a desenrolar-se, apesar do “não” inicial, e casaram em 1994. Esta segunda-feira, 3 de Maio, anunciaram o fim do casamento de 27 anos. O PÚBLICO recorda alguns dos acontecimentos que marcaram a união dos filantropos.

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A história de Melinda e Bill Gates podia ter sido de outra forma — a primeira vez que o fundador da Microsoft convidou a então jovem funcionária para sair, esta recusou. O romance viria a desenrolar-se, apesar do “não” inicial, e casaram em 1994. Esta segunda-feira, 3 de Maio, anunciaram o fim do casamento de 27 anos. O PÚBLICO recorda alguns dos acontecimentos que marcaram a união dos filantropos.

Em 1987, Melinda French tinha acabado de se formar na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA, quando se candidatou a gestora de produto na Microsoft. O fundador da empresa terá simpatizado com a nova funcionária e convidou-a para sair, mas Melinda recusou o convite. Tudo isto aconteceu num piquenique organizado pela empresa para os seus funcionários.

O “não” de Melinda, contou a própria alguns anos depois, deveu-se ao facto de o encontro ser apenas dali a duas semanas, o que lhe pareceu pouco espontâneo. “Pede-me outra vez quando faltar menos para a data”, respondeu a jovem. Nessa mesma noite, Bill Gates ligou a Melinda French e convidou-a para sair naquele momento. “Isto parece-te mais espontâneo?”, terá perguntado o CEO da Microsoft.

Começaram a namorar pouco depois, mas o casamento só aconteceu em 1994. “Nós gostávamos muito um do outro e havia apenas duas possibilidades: ou íamos separar-nos ou íamos casar-nos”, disse Bill na minissérie documental da Netflix de 2019 Inside Bill’s Brain: Decoding Bill Gates. Depois de Bill fazer “uma lista de prós e contras”, aconteceu finalmente o pedido de casamento, recordou Melinda na mesma série.

Terá sido o “enorme sentido de humor” e a “mente brilhante” de Bill Gates que fez com que Melinda se apaixonasse. O grande “sim” aconteceu em 1994 em Lanai, uma ilha no Havai. O casal terá alugado o hotel Manele Bay para os convidados da festa. Para manter a privacidade da cerimónia, fretaram todos os helicópteros da ilha, para que ninguém tentasse sobrevoar o hotel onde se realizava a festa. Alegadamente, o casamento — sem acordo pré-nupcial — terá custado um milhão de dólares.

Em 1996, nasceu a primeira filha do casal, Jennifer, hoje com 25 anos. São pais também de Rory, com 21 anos, e Phoebe, de 18 anos. De acordo com o jornal The Mirror, nenhum dos filhos dos filantropos foi autorizado a ter telemóvel antes dos 14 anos. E apesar de serem tudo menos uma família típica americana, o casal Gates preservava algumas rotinas importantes. Todos os dias, os telemóveis eram desligados às dez da noite, para passarem algum tempo com os filhos. Aliás, de forma a preservar a intimidade, as crianças terão sido matriculadas na escola o apelido da mãe, French.

No passado, Melinda Gates terá contado que nem sempre a convivência com o marido era fácil: “Um dia estava a arrumar coisas no carro e a ajudar as crianças a entrar, quando me dou conta de que o Bill não estava a ajudar porque estava ocupado a ler um livro sobre o Winston Churchill. Não sabem a fúria que senti nesse dia”. Como Bill Gates estava pouco em casa, decidiram implementar um momento do dia para estarem juntos — nem mais, nem menos, do que lavar a louça depois do jantar.

A filantropia e o divórcio milionário

Há 21 anos que a Bill & Melinda Gates Foundation se dedica a combater a desigualdade no mundo. A ideia terá surgido ainda um ano antes de casarem, em 1993, quando, numa viagem a África, foram confrontados com a pobreza extrema da região. Foi numa conversa na praia no Zanzibar que terão começado a planear a melhor forma de usar a fortuna — Bill Gates é a quarta pessoa mais rica do mundo, segundo a revista Forbes — para ajudar os mais desfavorecidos.

O trabalho da Bill & Melinda Gates — que face à pandemia de covid-19 terá destinado um total de 1,75 mil milhões de dólares (cerca de 1,45 mil milhões de euros) à aceleração da testagem e vacinação — deverá ser continuado por ambos, mesmo após o divórcio. No Twitter, o fundador da Microsoft partilhou um comunicado conjunto do casal onde se lê que, “depois de muita reflexão e muito trabalho na relação”, decidiram separar-se. “Ao longo dos últimos 27 anos criámos três crianças incríveis e construímos uma fundação que trabalha por todo o mundo para permitir que as pessoas tenham vidas saudáveis e produtivas”, recordam, sublinhando, no entanto, que já não acreditam que possam continuar a crescer como casal na próxima fase das suas vidas. O comunicado termina com um pedido de privacidade.

Segundo avança o jornal Insider, Bill e Melinda Gates não casaram com acordo pré-nupcial, mas têm um “contrato de separação”, que estipula como vão dividir a fortuna. O património de Bill Gates está avaliado em 146 mil milhões de dólares (cerca de 121 mil milhões de euros). Alegadamente, Melinda Gates não terá pedido apoio, mas apenas a divisão das propriedades de ambos. O divórcio do casal Gates poderá ter um dos mais caros da história — ranking até agora liderado por Jeff Bezos, fundador da Amazon e a ex-mulher MacKenzie Scott, cujo acordo de divórcio terá ficado nos 38 mil milhões de dólares (cerca de 31 mil milhões de euros).