“Cartas com Ciência” já formou 500 cientistas em escrita e divulgação científica

Lançado há um ano, pelo primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, o projecto de Mariana Alves e Rafael Galupa já trocou cartas com estudantes de três continentes. “Para 90% destes alunos, foi a primeira vez que “conheceram” um(a) cientista e para mais de metade foi a primeira vez que escreveram ou receberam uma carta.”

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Cartas com Ciência

O programa de troca de cartas entre cientistas e crianças dos países de língua oficial portuguesa formou “cerca de 500 cientistas em técnicas de escrita e divulgação científica” no primeiro ano de existência.

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O programa de troca de cartas entre cientistas e crianças dos países de língua oficial portuguesa formou “cerca de 500 cientistas em técnicas de escrita e divulgação científica” no primeiro ano de existência.

O “Cartas com Ciência”, que pretende “criar oportunidades de desenvolvimento social e partilha de conhecimento entre comunidades não privilegiadas dos países de língua portuguesa”, foi oficialmente lançado a 5 de Maio de 2020, o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, pelos cientistas Mariana Alves e Rafael Galupa.

“Através de programas de troca de cartas tradicionais entre cientistas e alunos durante um ano lectivo, criam-se conversas individuais e duradouras, em português, que permitem não só mitigar barreiras e preconceitos associados ao ensino superior e a carreiras científicas, mas que promovem também a literacia científica e da língua portuguesa na sua forma escrita”, segundo os promotores.

Rafael Galupa refere, em comunicado enviado à agência Lusa, que, em 12 meses, o programa “já formou cerca de 500 cientistas em técnicas de escrita e divulgação científica, dos quais quase uma centena já trocou cartas com estudantes em três continentes (quatro turmas: São Tomé, Timor Leste e Portugal)”.

Todos os professores envolvidos na iniciativa “manifestam extrema satisfação e reacções entusiásticas dos estudantes, especialmente ao abrirem as suas cartas”, sublinha o responsável.

“Para 90% destes alunos, foi a primeira vez que “conheceram” um(a) cientista e para mais de metade foi a primeira vez que escreveram ou receberam uma carta”, adianta na nota Mariana Alves, acrescentando que “a grande maioria dos cientistas que trocaram cartas descrevem a experiência como “gratificante” e “divertida"”.

Foram estabelecidas parcerias com o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, da Universidade Nova de Lisboa, e com o Centro de Investigação em Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro, que investigarão e avaliarão o impacto das actividades, “com foco, respectivamente, na comunicação da ciência e na educação para as ciências e formação de professores”, esclarece Rafael Galupa.

No futuro, o projecto pretende começar a trocar cartas nos restantes países de língua portuguesa, sendo que uma das prioridades é encontrar “mais cientistas de várias áreas, como as ciências sociais e humanas, e cientistas residentes ou originários dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e Timor-Leste”, adianta Mariana Alves.

A responsável lembra que, dos 500 cientistas inscritos nos programas, “apenas 60 têm outra nacionalidade que não a portuguesa ou brasileira”.

A iniciativa “Cartas com Ciência” está também à procura de entidades interessadas em apadrinhar” os programas ou “facilitar a logística de encomendas e correios”, remata.

“Cartas com Ciência” recebeu várias distinções no primeiro ano de existência, como a Bolsa de Divulgação Científica da Biochemistry Society, o segundo lugar do Prémio Melhor Ideia de Negócio Go Green Go Social NOVA FCSH e a selecção da co-fundadora Mariana Alves para a lista de Top 100 Women in Social Enterprise (Euclid Network).