Menores de 60 podem tomar vacina da AstraZeneca com “consentimento informado”

“É lamentável que, havendo pessoas a morrer por covid-19, se esteja a discutir coisas muito difíceis de compreender”, critica o coordenador da task force do plano de vacinação.

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Gouveia e Melo reiterou o benefício das vacinas face ao risco de doença grave ou morte provocada pelo SARS-CoV-2 Reuters

As pessoas com menos de 60 anos vão poder receber a vacina da AstraZeneca contra a covid-19, mediante o seu “consentimento informado”, anunciou esta sexta-feira o coordenador da task force do plano de vacinação.

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As pessoas com menos de 60 anos vão poder receber a vacina da AstraZeneca contra a covid-19, mediante o seu “consentimento informado”, anunciou esta sexta-feira o coordenador da task force do plano de vacinação.

“Fui pedir para que se crie uma excepção – e há uma excepção que, com o consentimento informado das pessoas, se a pessoa quiser ser vacinada com a AstraZeneca, pode ser vacinada com a AstraZeneca abaixo dos 60 anos”, adiantou Gouveia e Melo num webinar promovido pela Unicef no âmbito da Semana Mundial da Imunização.

O coordenador do plano de vacinação que se iniciou a 27 de Dezembro de 2020 reiterou o benefício das vacinas contra a covid-19 face ao risco de doença grave ou morte provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

“Se me pusessem a hipótese de estar numa linha em que a probabilidade de me acontecer uma coisa é de uma em meio milhão e estar noutra linha em que a probabilidade de me acontecer uma coisa má é uma em 500, não tinha dúvidas para qual dos lados é que ia pender”, afirmou o vice-almirante.

Nesta conferência online, Gouveia e Melo considerou ainda “não ser uma boa estratégia” optar por não se ser vacinado contra o novo coronavírus.

“De facto, é lamentável que, havendo pessoas a morrer por covid-19, se esteja a discutir coisas muito difíceis de compreender. Basta dizer que, na última semana, se calhar morreram mais pessoas por covid-19 do que todas as pessoas que morreram no mundo inteiro em resultado de efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca”, afirmou.

A 8 de Abril, as autoridades de saúde portuguesas recomendaram a administração da vacina desta farmacêutica em pessoas acima dos 60 anos de idade, seguindo a decisão de mais de uma dezena de países, que introduziram também restrições etárias nessa altura.

Essa decisão surgiu na sequência da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter indicado uma “possível ligação” entre esta vacina e “casos muito raros” de formação de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco face aos riscos de efeitos secundários.

Já esta sexta-feira a Direcção Geral da Saúde (DGS) admitiu, numa actualização da norma sobre esta matéria, que utentes abaixo dos 60 anos vacinados com a primeira dose da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 podem receber a segunda dose ou esperar por informações sobre a combinação com outra vacina.

“As pessoas com menos de 60 anos de idade podem: fazer uma segunda dose de Vaxzevria [novo nome dado à AstraZeneca], com um intervalo de 12 semanas após a primeira dose, de acordo com a actual recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ou aguardar que sejam conhecidos novos dados relativamente à utilização de uma vacina de outra marca, para completar o esquema vacinal”, refere o documento da DGS.