Irmãos Aires Mateus e a curadora angolana Paula Nascimento participam na Bienal de Arquitectura de Veneza
O atelier de Manuel e Francisco Aires Mateus vai ter um projecto na exposição As New Households, no Arsenale, e a arquitecta e curadora angolana Paula Nascimento integra a mostra Across Borders, nos Giardini.
O curador-geral da Bienal de Arquitectura de Veneza, o libanês Hashim Sarkis, convidou para a exposição colectiva do evento, que terá 114 participantes de 46 países, a dupla de arquitectos portugueses Aires Mateus, que já tinham marcado presença na edição de 2016 e integrado em 2012 o projecto Lisbon Ground com que Portugal se fez então representar, e a arquitecta e curadora angolana Paula Nascimento.
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O curador-geral da Bienal de Arquitectura de Veneza, o libanês Hashim Sarkis, convidou para a exposição colectiva do evento, que terá 114 participantes de 46 países, a dupla de arquitectos portugueses Aires Mateus, que já tinham marcado presença na edição de 2016 e integrado em 2012 o projecto Lisbon Ground com que Portugal se fez então representar, e a arquitecta e curadora angolana Paula Nascimento.
A Bienal de Arquitectura decorrerá entre 22 de Maio e 21 de Novembro, e a exposição colectiva dividir-se-á nesta edição em seis pólos temáticos que ficarão dispersos por vários pontos da cidade italiana. O projecto de Manuel e Francisco Aires Mateus integrará o núcleo As New Households, no Arsenale, e o da arquitecta Paula Nascimento fará parte do conjunto Across Borders, no Pavilhão central dos Giardini. Em conjunto com o arquitecto e teórico italiano Stefano Pansera, a curadora angolana criara já o projecto do pavilhão nacional angolano – Luanda, Cidade Enciclopédica, baseado em fotografias do artista Edson Chagas – que venceu o Leão de Ouro na Bienal de Arte de Veneza de 2013.
Aos convidados para esta exposição principal em seis núcleos, somam-se 63 participações nacionais com pavilhões próprios, incluindo Portugal, que se fará representar oficialmente pelo projecto In Conflict, criado pelo atelier depA, colectivo do Porto.
O atelier Aires Mateus é autor, entre outros projectos, do Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, França, do Museu de Design e Arte Contemporânea, em Lausanne, na Suíça, da Faculdade de Arquitectura de Tournai, na Bélgica, da renovação do Colégio da Trindade, em Coimbra, do Centro de Artes de Sines e do Centro de Convívio em Grândola, além de um conjunto residencial em Alcácer do Sal, aos quais se juntam uma residência na Herdade da Aroeira, Almada, o Santo Tirso Call Center, e um edifício na lagoa das Furnas, na ilha de S. Miguel, Açores.
Paula Nascimento tem desenvolvido trabalhos de curadoria em exposições em Angola, África do Sul, Itália e França, e em 2019 foi convidada pela organização da ARCOlisboa a criar um projecto inédito de apresentação de galerias africanas. Tem sido ainda curadora convidada da Catchupa Factory, em Cabo Verde, espaço de residências de fotógrafos de países africanos de expressão portuguesa, e foi uma das fundadoras do Colectivo Pés Descalços, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve projectos culturais e educacionais em Luanda.
Para esta exposição da Bienal de Arquitectura de Veneza também foram convidados, do Brasil, os ateliers Marko Brajovic, de São Paulo, composto por Marko Brajovic e Bruno Bezerra, e Acasa Gringo Cardia Design, do Rio de Janeiro, num projecto conjunto de Gringo Cardia, AIKAX, Takumã Kuikuro, do Amazonas, e People's Palace Projects, de Paul Heritage, de Londres.
Na exposição As Emerging Communities, também no Arsenale, estará, proveniente da Praia, Cabo Verde, o atelier Storia Na Lugar, composto por Patti Anahory e Cesar Schofield Cardoso, e na exposição As One Planet, nos Giardini, Pavilhão Central, estarão os ateliers brasileiros Mabe Bethônico, de Belo Horizonte, e Spbr arquitetos, de São Paulo.
As outras exposições são Among Diverse Beings, ainda no Arsenale, e How will we play together?, em Forte Marghera.
A Bienal de Arquitectura de Veneza abrirá portas a 22 de Maio, com regras de segurança para conter a pandemia e um programa expandido de exposições, publicações, encontros, espectáculos e transmissão da instalação dos pavilhões nacionais.
Apesar da difícil situação pandémica que a Itália enfrenta actualmente, a organização decidiu avançar com a realização desta edição da bienal – a 17.ª Exposição Internacional de Arquitectura –, após ter sido forçada a adiá-la de 2020 para este ano.
Portugal vai ser representado oficialmente através de um projecto criado pelo atelier portuense depA, cujo programa será composto por um ciclo de debates, já iniciado, a realizar entre Veneza, Lisboa e Porto, já iniciado, e uma exposição subordinada ao tema In Conflict, a apresentar no Palácio Giustinian Lolin, em Veneza.
O Brasil irá participar nesta bienal com o projecto intitulado Utopias e vida comum, com comissariado de José Olympio da Veiga Pereira (Fundação Bienal de São Paulo) e curadoria de Alexandre Brasil, André Luiz Prado, Bruno Santa Cecilia, Carlos Alberto Maciel, Henrique Penha e Paula Zasnicoff.
Aiano Bemfica, Cris Araújo, Edinho Vieira, Alexandre Delijaicov (Grupo de Pesquisa Metrópole Fluvial, da Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Amir Admoni, Gustavo Minas, Joana França, Leonardo Finotti e Luiza Baldan completam a equipa do projecto expositivo do Brasil, que ficará instalado nos Giardini.