Mubi exige que carros não andem a mais de 30 em Lisboa

Associação defende medidas como a segurança em cruzamentos, redução da velocidade em zonas urbanas e o fim do estacionamento abusivo na cidade.

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Nelson Garrido/arquivo

A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mubi) exige medidas que alterem os resultados da sinistralidade rodoviária na capital. Com os casos de atropelamentos na capital a repetirem-se recorrentemente, a Mubi enviou um comunicado à autarquia lisboeta a exigir mudanças por parte da câmara e juntas de freguesia para reduzir as mortes que se têm verificado nos últimos anos e aumentar a segurança para os peões.

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A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mubi) exige medidas que alterem os resultados da sinistralidade rodoviária na capital. Com os casos de atropelamentos na capital a repetirem-se recorrentemente, a Mubi enviou um comunicado à autarquia lisboeta a exigir mudanças por parte da câmara e juntas de freguesia para reduzir as mortes que se têm verificado nos últimos anos e aumentar a segurança para os peões.

Segundo a associação, “o medo de lidar com a insatisfação de alguns não pode ser maior do que a responsabilidade de impedir que pessoas continuem a ser mortas”. Deste modo, a Mubi reitera a importância de serem postas em prática políticas para “desencorajar o uso de carro em Lisboa, reduzir velocidades dos veículos motorizados, inverter a usurpação do espaço urbano pelos automóveis e proteger os utilizadores mais vulneráveis do espaço público”, algo que o município, de acordo com a associação, não tem feito.

Entre as várias propostas, a entidade sugere que a velocidade máxima na zona urbana seja 30 km/h, bem como a criação de medidas físicas de acalmia de tráfego, pois consideram que “a sinalização rodoviária (horizontal e vertical) tem somente como função a sinalização de trânsito e transmissão das regras que se aplicam”, não garantindo a acalmia de trânsito.

Além disso, a associação sublinha a importância de criar mecanismos de segurança nas intersecções, propondo a adopção de medidas que favoreçam a convivência entre o carro, a bicicleta e os peões.

A Mubi afirma ser ainda imprescindível “impedir o estacionamento abusivo, que obriga o peão a colocar-se muitas vezes em perigo”, e acrescentam que locais como a Avenida Gago Coutinho ou a Tapada da Ajuda, que permitem o estacionamento em cima do passeio por parte da autarquia, devem deixar de existir.  

No comunicado enviado pode ler-se que, em Março de 2019, a Mubi fez parte do conselho consultivo do Plano Municipal de Segurança Rodoviária (PMSR), no qual se pretendia pôr em prática a Visão Zero para a cidade, programa de combate à sinistralidade rodoviária com enorme sucesso em outras cidades da Europa. Porém, “desde essa data, o Conselho Consultivo nunca mais reuniu” e o projecto não foi para a frente. O mesmo sucedeu com o Plano de Acessibilidade Pedonal, no qual a associação garante ter participado porém não tem qualquer indicação prática de que esteja a ser implementado ou revisto.

Assim, a Mubi sublinha a exigência do próximo executivo camarário criar um fórum alargado de participação formal e transparente sobre a segurança dos modos activos, projectos de acalmia de tráfego e incentivo a deslocações a pé ou de bicicleta. A associação explica ainda que “fará uma ronda de reuniões com todas as forças políticas para conhecer que compromissos os candidatos à Câmara de Lisboa assumem para salvaguardar a vida e como se propõem a construir uma cidade segura, sem medo da defesa dos modos activos”.