Com lugar nos JO garantido, Carolina João aponta ao top-15 mundial
A velejadora da Amadora, que garantiu em Vilamoura um lugar em Tóquio, será a sétima portuguesa a competir na vela nos Jogos Olímpicos.
Depois de Joana Pratas (Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004), Catarina Fagundes (Atlanta 1996), Diana Neves (Londres 2012), Mariana Lobato (Londres 2012), Rita Gonçalves (Londres 2012) e Sara Carmo (Londres 2012 e Rio 2016), Carolina João será, dentro de três meses, a sétima velejadora portuguesa a marcar presença nos Jogos Olímpicos. A atleta do Sport Algés e Dafundo assegurou, na qualificação olímpica europeia, disputada em Vilamoura, um dos dois lugares que estavam ainda disponíveis na classificação feminina ILCA 6 (nova denominação da classe laser radial) e, em conversa com o PÚBLICO, reconhece que este apuramento pode ser o “boom” de que necessitava para chegar ao “top-15 mundial”.
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Depois de Joana Pratas (Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004), Catarina Fagundes (Atlanta 1996), Diana Neves (Londres 2012), Mariana Lobato (Londres 2012), Rita Gonçalves (Londres 2012) e Sara Carmo (Londres 2012 e Rio 2016), Carolina João será, dentro de três meses, a sétima velejadora portuguesa a marcar presença nos Jogos Olímpicos. A atleta do Sport Algés e Dafundo assegurou, na qualificação olímpica europeia, disputada em Vilamoura, um dos dois lugares que estavam ainda disponíveis na classificação feminina ILCA 6 (nova denominação da classe laser radial) e, em conversa com o PÚBLICO, reconhece que este apuramento pode ser o “boom” de que necessitava para chegar ao “top-15 mundial”.
Com Jorge Lima e José Costa já garantidos nos 49er, e Diogo Costa e Pedro Costa na classe 470, o bom resultado de Carolina João nos mares algarvios fecha a equipa portuguesa da vela que vai competir na baía de Enoshima, localizada a sul de Tóquio. A atleta, de 24 anos, superou na qualificação europeia sete velejadoras (uma medalhada) com experiência olímpica, mas admite que ainda não pensou muito no que vai sentir no Japão, antevendo apenas “uma experiência muito boa” e, “se calhar, a preparação para os Jogos Olímpicos em Paris, em 2024”.
A competir numa classe que é “das mais competitivas”, a amadorense explica que “o laser é um barco psicologicamente e fisicamente exigente”, e “muito táctico”, uma vez que “as diferenças de velocidade não são tão grandes, e são mais simples”. “Nota-se mais o erro. Quando cometemos o mínimo erro, são logo uns dez barcos que perdemos”.
No entanto, apesar da competitividade – “No Campeonato do Mundo havia 120 mulheres” – e de haver “nações que são muito boas” – “As holandeses têm sempre quatro no top-10, as francesas três no top-20” -, Carolina João diz que tem “tudo para ser uma boa velejadora e top-20 ou top-15 do mundo”.
Para lá chegar, a estudante de Engenharia Química no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, admite que a “cabeça tem que ser trabalhada”. “Às vezes falta acreditar que somos capazes. A vela é um desporto psicologicamente muito exigente. Neste campeonato, o último dia de qualificação foi muito stressante para mim e isso tenho mesmo que trabalhar. Já estive mais confiante e esta qualificação vai dar um boom à minha auto-estima.”
Grata por ter tido “uma estrutura” à sua volta que a “fez acreditar neste sonho” – “Esta campanha deve-se muito ao meu clube e ao meu treinador” -, Carolina João conclui dizendo que espera ser “uma inspiração para os mais novos”: “Espero que vejam isto como uma inspiração para que treinem mais e queiram mais. Se nós, os mais velhos, não dermos o exemplo, a vela não dá o passo em frente.”
O treinador do Sport Algés e Dafundo que teve um papel decisivo na preparação da velejadora é Alpes Costa, que conta ao PÚBLICO que “tudo começou há dez anos, quando a Carolina, que já estava grande, quis sair dos optimist e optou pela classe laser”.
Perante uma atleta “às vezes um pouco teimosa, mas muito dedicada”, Alpes Costa refere que “isto é um começo para” Carolina João. “É importante abrir os horizontes e ter mais confiança nela. Trabalhamos muito esse lado nestes últimos meses, para que os primeiros dias da qualificação, quer corressem bem ou mal, não afectassem o campeonato. O terceiro dia foi mais complicado, com muita ansiedade e muitos nervos, mas correu bem e conseguimos o objectivo que era qualificar Portugal para os Jogos Olímpicos em mais uma classe.”
Ouça a entrevista completa aqui.