Obras na Galeria dos Ofícios, em Florença, puseram a descoberto frescos do século XVI
Uma pintura mural do grão-duque Cosme II de Medici pode ter sido realizada pelo pintor maneirista Bernardino Poccetti.
Os trabalhos de reabilitação a que o museu italiano Galeria dos Ofícios, em Florença, está a ser submetido revelaram frescos extremamente bem conservados que retratam o grão-duque da Toscana Fernando I de Medici e o seu filho e sucessor, Cosme II. As pinturas, cuja existência era até aqui ignorada, estavam escondidas sob espessas camadas de gesso e datarão dos séculos XVI e XVII, noticiou esta quarta-feira o jornal francês Le Figaro.
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Os trabalhos de reabilitação a que o museu italiano Galeria dos Ofícios, em Florença, está a ser submetido revelaram frescos extremamente bem conservados que retratam o grão-duque da Toscana Fernando I de Medici e o seu filho e sucessor, Cosme II. As pinturas, cuja existência era até aqui ignorada, estavam escondidas sob espessas camadas de gesso e datarão dos séculos XVI e XVII, noticiou esta quarta-feira o jornal francês Le Figaro.
A descoberta mais importante é um retrato de corpo inteiro de Cosme II (1590-1621), que se pensa ter sido realizado por um artista do círculo do pintor maneirista florentino Bernardino Poccetti (1548-1612), quando não pelo próprio. Perto deste mural, descobriu-se ainda um retrato do pai de Cosme, o cardeal e mais tarde grão-duque Fernando I, emoldurado num medalhão.
Além dos retratos dos Medici, foi ainda descoberto um enigmático fresco que mostra formigas e motivos vegetais.
O director da Galeria dos Ofícios, o historiador de arte alemão Eike Schmidt, explicou ao Le Figaro que as zonas onde apareceram estes frescos correspondem a salas que tinham servido funções administrativas.
Desde que os trabalhos se iniciaram, em 2016, foram também descobertos no subsolo diversos vestígios arqueológicos, incluindo sepulturas, poços, uma escadaria e uma cave medieval.
Prevê-se que as obras só estejam concluídas em 2024, mas algumas exposições do museu deverão poder ser visitadas a partir do próximo dia 4, de acordo com o calendário previsto para o desconfinamento progressivo em Itália.
O projecto prevê uma deslocação da entrada principal do museu e a recuperação para o seu espaço expositivo de um total de 2000 metros quadrados, o que permitirá a abertura de mais de 40 novas salas, das quais cerca de metade ficará no subsolo.