Produtora Yellow Star Company sai do Teatro Armando Cortez até Julho
Direcção da Casa do Artista, dona do teatro, surpreendeu a produtora, ao não renovar o contrato de utilização da sala.
A produtora Yellow Star Company tem até Julho para sair do Teatro Armando Cortez, em Lisboa, e procura um novo espaço cultural para programar, afirmou à Lusa o produtor Paulo Sousa Costa. A produtora estava há mais de cinco anos a gerir e a produzir espectáculos de teatro naquele espaço cultural da Casa do Artista, dividindo a programação com o TIL - Teatro Infantil de Lisboa.
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A produtora Yellow Star Company tem até Julho para sair do Teatro Armando Cortez, em Lisboa, e procura um novo espaço cultural para programar, afirmou à Lusa o produtor Paulo Sousa Costa. A produtora estava há mais de cinco anos a gerir e a produzir espectáculos de teatro naquele espaço cultural da Casa do Artista, dividindo a programação com o TIL - Teatro Infantil de Lisboa.
A saída da Yellow Star Company foi noticiada esta segunda-feira pelo Correio da Manhã, como sendo uma decisão da nova direcção da Apoiarte - Casa do Artista, que assumiu funções em Março passado. Contactada pela agência Lusa, a direcção da Casa do Artista remeteu esclarecimentos sobre o assunto para mais tarde. O produtor Paulo Sousa Costa explicou à Lusa que a produtora recebeu uma carta registada com a não-renovação do contrato e que terá de sair até Julho daquela sala de espectáculos, onde actualmente tem em cena as peças “Monólogos da Vagina” e “A Ratoeira”.
“A decisão é legal. Foi uma grande surpresa, porque foi uma direcção que nós apoiámos e contávamos que agora viessem fazer a diferença. Nunca pensámos que a primeira decisão para o teatro fosse pôr-nos no olho da rua, pior ainda em tempos de pandemia”, lamentou Paulo Sousa Costa.
Com uma década de existência e uma equipa fixa de cerca de 20 pessoas, a Yellow Star Company programou 74 produções no Teatro Armando Cortez, somando cerca de 132.500 espectadores. Agora, com uma programação já delineada até ao início de 2022, Paulo Sousa Costa procura uma nova casa para a produtora, tendo já pedido reuniões com autarquias da Área Metropolitana de Lisboa.
“Lisboa é um caso bicudo em termos de teatro. Não há disponibilidade. Se houvesse muitos teatros, não nos estaria a acontecer isto e não seria um problema, estaríamos a programar já noutro a partir de Lisboa. Se percebermos que Lisboa é a cidade onde se consegue rentabilizar os projectos com a dimensão dos nossos, temos aqui um problema”, disse.
Enquanto esteve no Teatro Armando Cortez, a Yellow Star Company candidatou-se, mas ficou em segundo lugar, no concurso para a concessão do Teatro Maria Matos, em Lisboa, em 2018. O processo acabou por ir parar aos tribunais, porque a Yellow Star Company contestou os resultados, nos quais a produtora Força de Produção tinha sido considerada, pelo júri, a entidade vencedora da consulta pública.
O Teatro Armando Cortez está inserido nos espaços da Casa do Artista, uma instituição de apoio aos artistas. Com capacidade para 342 pessoas, a sala cultural está equipada para acolher teatro, dança e música, assim como seminários, congressos “ou mesmo cerimónias de honra”, lê-se na página oficial. Actualmente, além das peças “Monólogos da Vagina” e “A ratoeira”, está em cena o espectáculo para os mais novos Heidi - O Musical, pelo TIL.
Fundado em 1976, e dirigido por Kim Cachopo e Maria João Vieira, o TIL, explicou esta última à agência Lusa, continuará a assegurar a programação diurna, vocacionada para a infância e juventude, seguindo decisão tomada já com a nova direcção da Casa do Artista. O TIL programa no Teatro Armando Cortez desde 2004.