O arquivo do Grupo Musical de Miragaia revela a “sala de estar” de um bairro

Fundada em 1926, a vetusta associação portuense teve um papel fulcral para agregar e dinamizar o quadro social, económico e cultural da freguesia ribeirinha. Agora, as suas memórias e histórias protagonizam Memoratório… do usado e preservado Grupo Musical de Miragaia, uma criação da Confederação com Tânia Dinis que já está a ser exibida online.

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A relação de Helder Teixeira (centro) com a associação foi uma das âncoras da pesquisa de Rosário Melo (esquerda), Tânia Dinis (direita) e Miguel Ramos Teresa Pacheco Miranda

Antes de ser “o menino mais importante da rua”, o primeiro do bairro a ter televisão em casa, Helder Teixeira era um menino como os da vizinhança. Em meados dos anos 60, passava os fins-de-semana, religiosamente, de olhos pregados ao ecrã na sede do Grupo Musical de Miragaia (GMM), na altura uma espécie de sala de estar de uma zona da cidade acossada pela pobreza e insalubridade. “Ao sábado, pagávamos cinco tostões para assistir a um programa infantil que começava às 17h30 e se prolongava até às 20h”, recorda o miragaiense ao PÚBLICO. Havia ocasiões em que a televisão atraía uma enchente à associação, como os domingos da Volta a Portugal, que concentravam ali “famílias” inteiras. E, mesmo quando Helder se tornou ele próprio anfitrião de serões televisivos – a miudagem ia “toda” para sua casa –, continuou a ser presença assídua no quotidiano daquele espaço.

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Antes de ser “o menino mais importante da rua”, o primeiro do bairro a ter televisão em casa, Helder Teixeira era um menino como os da vizinhança. Em meados dos anos 60, passava os fins-de-semana, religiosamente, de olhos pregados ao ecrã na sede do Grupo Musical de Miragaia (GMM), na altura uma espécie de sala de estar de uma zona da cidade acossada pela pobreza e insalubridade. “Ao sábado, pagávamos cinco tostões para assistir a um programa infantil que começava às 17h30 e se prolongava até às 20h”, recorda o miragaiense ao PÚBLICO. Havia ocasiões em que a televisão atraía uma enchente à associação, como os domingos da Volta a Portugal, que concentravam ali “famílias” inteiras. E, mesmo quando Helder se tornou ele próprio anfitrião de serões televisivos – a miudagem ia “toda” para sua casa –, continuou a ser presença assídua no quotidiano daquele espaço.