Martins, um nome que é imagem de marca da ginástica portuguesa
Ginasta portuense cometeu dois erros na final de barras assimétricas, mas deixa os Europeus com motivos para estar confiante.
A presença na final já foi um feito, por si só, mas Filipa Martins ficará sempre a pensar até onde poderia ter chegado na final das barras assimétricas. Neste sábado, em Basileia, a ginasta portuguesa pagou caro o risco que correu no concurso e, com duas falhas, terminou em oitavo lugar na disciplina, depois de um 11.º na prova de all-around no Campeonato da Europa.
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A presença na final já foi um feito, por si só, mas Filipa Martins ficará sempre a pensar até onde poderia ter chegado na final das barras assimétricas. Neste sábado, em Basileia, a ginasta portuguesa pagou caro o risco que correu no concurso e, com duas falhas, terminou em oitavo lugar na disciplina, depois de um 11.º na prova de all-around no Campeonato da Europa.
Já qualificada para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, adiados para este Verão, Filipa Martins aproveitou esta competição para testar o momento de forma que atravessa, cumprindo mais uma etapa de preparação para a prova no Japão. Depois de ter atingido a final de all-around, na véspera (foi 11.ª classificada, com 51,757 pontos, distante dos 56,731 da vencedora, a russa Viktoria Listunova), a ginasta portuense procurava voar alto no concurso decisivo de paralelas assimétricas.
Habituada a grandes palcos, e já com uma carreira de respeito, Filipa Martins tentou responder com algum risco ao nível elevado da prova, mas acabou por registar duas quedas que comprometeram por completo a prestação, impedindo que pudesse sequer acalentar o sonho de discutir uma medalha.
Terminaria na oitava e última posição, com 11,333 pontos (fruto de uma execução abaixo do exigível), já longe da sétima classificada (a alemã Elisabeth Seitz, com 13,033), com a medalha de ouro a ser entregue à russa Angelina Melnikova, que somou 14,500 pontos. A compatriota Vladislava Urazova foi brindada com 14,333, enquanto a britânica Amelie Morgan fechou o pódio, ao recolher 14,100 pontos.
Uma desilusão para a ginasta portuguesa, que na qualificação havia obtido a quarta melhor marca. Mais do que isso, fê-lo recorrendo à introdução de um novo elemento técnico que será incluído no código de pontuação internacional e que será “baptizado” com o apelido da atleta de 25 anos: “Martins.” Motivo suficiente para recordar esta participação no Europeu, mas que não apaga o sentimento de inconformismo da ginasta do Acro Clube da Maia.
“Hoje o dia não foi fácil, mas nem sempre corre como esperamos. O importante é continuar a treinar para conseguirmos ser melhores. [Estou] muito contente por ir para casa com tantas conquistas, mas acima de tudo com a cabeça erguida e missão cumprida”, escreveu Filipa Martins na conta pessoal do Instagram, deixando palavras de agradecimento a todos os que “ajudaram a ser melhor”.
O grande desafio do ano (e um dos maiores da carreira) está à sua espera em Tóquio, dentro de três meses. E a perspectiva de lá chegar em boa forma e sem lesões é já um sinal altamente encorajador.