Caetano Reis e Sousa: o português da Royal Society
O laboratório que o imunologista lidera procura descobrir como funciona o nosso sistema imunitário, de modo a contribuir para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos para o cancro.
Na edição mais recente do podcast do PÚBLICO “Assim Fala a Ciência”, co-organizado por mim e por David Marçal, com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde têm falado cientistas portugueses espalhados pelo mundo, entrevistei o imunologista Caetano Reis e Sousa, um dos investigadores portugueses com maior reconhecimento internacional. Nascido em Lisboa, estudou Biologia no Imperial College de Londres e doutorou-se em Imunologia na Universidade de Oxford em 1992. Fez investigação no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas nos EUA e no Imperial Cancer Research Fund de Londres. Desde 2015, trabalha no Francis Crick Institute, o novo mega-instituto na capital britânica, onde é líder de grupo. Tem acumulado múltiplas distinções: em 2006 foi eleito membro da Organização Europeia de Biologia Molecular e da Academia de Ciências Médicas britânica. Em 2009 foi condecorado, em Portugal, com a Ordem de Sant’Iago da Espada. Em 2017 recebeu o prestigiado Prémio Louis-Jeantet de Medicina. E, last but not least, em 2019 foi eleito membro da Royal Society, a mais antiga sociedade científica em funcionamento contínuo. Já não havia sócios portugueses da Royal Society desde o início do século XIX!
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Na edição mais recente do podcast do PÚBLICO “Assim Fala a Ciência”, co-organizado por mim e por David Marçal, com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde têm falado cientistas portugueses espalhados pelo mundo, entrevistei o imunologista Caetano Reis e Sousa, um dos investigadores portugueses com maior reconhecimento internacional. Nascido em Lisboa, estudou Biologia no Imperial College de Londres e doutorou-se em Imunologia na Universidade de Oxford em 1992. Fez investigação no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas nos EUA e no Imperial Cancer Research Fund de Londres. Desde 2015, trabalha no Francis Crick Institute, o novo mega-instituto na capital britânica, onde é líder de grupo. Tem acumulado múltiplas distinções: em 2006 foi eleito membro da Organização Europeia de Biologia Molecular e da Academia de Ciências Médicas britânica. Em 2009 foi condecorado, em Portugal, com a Ordem de Sant’Iago da Espada. Em 2017 recebeu o prestigiado Prémio Louis-Jeantet de Medicina. E, last but not least, em 2019 foi eleito membro da Royal Society, a mais antiga sociedade científica em funcionamento contínuo. Já não havia sócios portugueses da Royal Society desde o início do século XIX!
Comecei por lhe pedir que me falasse da sua especialidade: as células dendríticas. O laboratório que lidera procura descobrir como funciona o nosso sistema imunitário, de modo a contribuir para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos para o cancro. Quis saber que células são essas, que papel têm no nosso sistema imunitário e que desafios e oportunidades nos apresentam.
Em todo o mundo a área da biomedicina orientou-se para o estudo do novo coronavírus. Quis saber que novas questões associadas ao nosso sistema imunitário surgiram com a covid-19 e como foi a mobilização no Francis Crick Institute nos tempos mais recentes. Como as vacinas baseadas no ARN-mensageiro chegaram em tempo recorde, perguntei-lhe se previu esse sucesso. E também como vê a estratégia do Reino Unido no ataque à covid-19. Tem sido eficaz o aconselhamento científico dado aos governantes? E como tem visto a situação em Portugal?
Interessei-me pela organização do Crick Institute, inaugurado em 2016 e a funcionar num edifício a que alguns chamam a “Sir Paul’s cathedral”, por o presidente ser o Nobel da Medicina de 2001 Sir Paul Nurse.
Como Caetano Reis e Sousa é membro da Royal Society, falámos sobre esta sociedade, fundada há mais de 350 anos por uma dúzia de homens livres interessados em partilhar o saber. O rei Carlos II, consorte da nossa Catarina de Bragança, deu o selo real à associação. Na galeria dos seus sócios estão Newton, Darwin e Crick, entre outros nomes ilustres. Tive curiosidade em saber como o meu interlocutor se tornou sócio e o que faz hoje essa sociedade, com uma história tão rica. A maior parte dos outros sócios portugueses da Royal Society foram “estrangeirados”. Para terminar perguntei ao meu interlocutor se também se sentia um “estrangeirado”…
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Este programa tem o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos.